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01/07/2019

Militar da comitiva de apoio a Bolsoanro preso na Espanha com 39 kg de cocaína tinha vida modesta em Taguatinga


O segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, – preso no aeroporto da Espanha por transportar 39 quilos de cocaína na bagagem – tinha uma vida modesta e morava há 21 anos no Distrito Federal.

 

Natural do Tocantins, o militar foi detido em 25 de junho, na cidade de Sevilha, ao desembarcar do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele fazia parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro ao Comitê do G20 no Japão.

 

Morador de Taguatinga, região a quase 30 quilômetros de Brasília, Rodrigues comprou um apartamento em um condomínio do DF em 2017. O imóvel é avaliado em R$ 180 mil. O sargento também tem uma moto e um carro registrados em nome dele.



 

No Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, o militar aparece como vinculado ao Comando da Aeronáutica, com salário de R$ 7,2 mil.

 

Agora, preso, ele aguarda julgamento em uma penitenciária espanhola. A reportagem não localizou a defesa do sargento.

 

Vida investigada

 

O sargento Rodrigues teve a vida investigada pela Inteligência brasileira antes de entrar para o Grupo de Transporte Especial da FAB, em 2010.

 

Ele se mudou para Brasília em 1998. Em 2000, começou a trajetória na Aeronáutica. Quatro anos depois, Rodrigues prestou o concurso da FAB para taifeiro – profissional dedicado ao serviço de copa, mesa e camarotes oficiais. O militar foi aprovado em 6º lugar.

 

No ano seguinte, em 2005, fez o curso de formação de comissário de bordo.

 

Repercussão

 

Ao comentar a prisão do militar suspeito, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse que o sargento "serviu de mula qualificada para o tráfico".

 

"É óbvio que, pela quantidade de droga que o cara estava levando, ele não comprou na esquina e levou, né. Ele tava trabalhando como mula, uma mula qualificada, vamos colocar assim."

 

Já o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pediu punição exemplar. Ele voltou a dizer que lamentava o fato da prisão não ser na Indonésia – país que adota a pena de morte para traficantes de drogas.

 

"Jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições, prejudicou o Brasil também um pouco, mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição", disse o presidente.

 

"Lamento todo o ocorrido. Meu grande lamento é que não foi na Indonésia. Seria um grande, mais um exemplo, não basta o [Marco Antônio] Archer no passado, seria mais um exemplo agora. Mas tudo bem, segue a vida".

 

Durante a fala, Bolsonaro se referiu a Marco Antônio Archer, executado na Indonésia depois de ser flagrado com cocaína.

 

Agora, o inquérito policial militar aberto pela Aeronáutica investiga se esta foi a primeira vez que Rodrigues transportou drogas usando um avião da FAB ou se mais algum militar o ajudou nessa tarefa – G1.

 

Carlos Magno

 

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