Helicóptero da Presidência da República foi usado para
transportar convidados para o casamento de Eduardo Bolsonaro, deputado federal
do PSL e filho do presidente, com a psicóloga gaúcha Heloísa Wolf, no dia 25 de
maio deste ano.
Um sobrinho de Jair Bolsonaro divulgou em sua página de uma
rede social um vídeo em que ele e outras pessoas – todas com roupa de festa -
embarcam em um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB).
“E aí, senhores, estamos bonitos? Vamos passear de…
helicóptero”, diz Osvaldo Bolsonaro Campos no vídeo. Após o G1 questionar nesta
quinta-feira (25) a FAB e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre os
passageiros e o motivo do uso da aeronave, o vídeo foi apagado da rede social.
Osvaldo é filho de Maria Denise Bolsonaro, uma das irmãs do
presidente. “Saiu a caravana do Vale do Ribeira direto para o Rio de Janeiro.
Vamos, caravana", afirma ele.
Osvaldo registrou em um vídeo de 24 minutos a viagem entre o
aeroportos de Jacarepaguá (Bolsonaro tem residência no bairro vizinho, na Barra
da Tijuca) e Santos Dumont (no Centro do Rio, próximo a Santa Teresa, onde
aconteceu a cerimônia).
O trajeto de 35 km, que, de carro, seria feito em cerca de
35 minutos - foram 14 minutos de voo. Nas imagens, aparecem também outras
pessoas, entre elas, irmãs de Bolsonaro e o deputado federal Hélio Lopes
(PSL-RJ), amigo do presidente.
Militares da Força Aérea, fardados, ajudam os passageiros a
embarcarem e a colocarem os cintos de segurança. O helicóptero é um H-36
Caracal, com camuflagem. Nas imagens, ele parece estacionado ao lado de um
helicóptero igual, de cor branca, que é usado por Bolsonaro.
O GSI informou que “por razões de segurança” decidiu que o
“presidente e familiares fossem transportados em helicópteros da Força Aérea
Brasileira”. Como o casamento era em Santa Tereza, eles passariam por algumas
comunidades perigosas.
E cita a lei 13.844, de junho de 2019, feita após o
casamento, que diz em parágrafo único: “Entende-se por viagem presidencial em
território nacional os deslocamentos, para diferentes localidades no País, do
Presidente ou do Vice-Presidente da República e respectivas comitivas.” Não
especifica quem pode se deslocar em aeronaves da Presidência e em que ocasiões.
O artigo 10 dessa lei diz que: “Os casos omissos deverão ser submetidos à
apreciação do Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.”
O gabinete do deputado Hélio Lopes afirmou que ele integrava
a comitiva presidencial. “Saiu de Brasília para ir acompanhando o presidente
para o casamento do filho Eduardo.”
O G1 ligou para Osvaldo em sua loja de materiais de
construção em Jacupiranga, no interior de São Paulo, mas foi informado que ele
não se encontrava, e deixou recado. Também deixou mensagem em seu perfil na
rede social, mas não teve retorno até as 13h desta sexta (26) – G1.
Carlos Magno
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