O Senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) prestou
solidariedade nesta segunda-feira (29) à Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e
aos advogados brasileiros por conta dos ataques desferidos pelo presidente da
República, Jair Bolsonaro, contra o presidente da entidade, Felipe Santa Cruz,
e contra a própria entidade maior da advocacia nacional, o que acabou por
atingir os advogados de todo o País.
Advogado, membro da OAB, filho do também advogado e tribuno
Vital do Rêgo, ex-presidente da OAB Paraíba e pessoa bastante respeitada no
meio jurídico do Brasil, Veneziano lamentou a postura de Bolsonaro, que já
havia dado declarações em desfavor da OAB, questionando até a necessidade de
sua existência, e que nesta segunda-feira (29), em entrevista, criticou o
presidente Felipe Santa Cruz e atingiu o seu pai, Fernando Augusto de Santa
Cruz Oliveira, desaparecido durante a ditadura militar.
Segundo Veneziano, a infeliz declaração do presidente é uma
falta de respeito aos advogados, à OAB e ao seu presidente, e também à memória
e aos demais familiares do advogado Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira.
“Só tenho a lamentar a falta de respeito. Primeiro a uma instituição que é tão
cara ao pleno exercício da boa justiça, e à classe dos advogados; e lastimar
mais uma temerária e inconcebível provocação e agressão de cunho pessoal e institucional
do presidente”, disse Veneziano.
Ao prestar solidariedade aos advogados, à OAB e ao seu
presidente, Veneziano, também na qualidade de advogado e membro da OAB,
lamentou a fala de Bolsonaro. “Minha solidariedade ao presidente Felipe e à
instituição OAB, minha repulsa e indignação às palavras, mais uma vez
inconcebíveis, agressivas e absolutamente inoportunas do presidente da
República contra a instituição, o seu presidente e, acima de tudo, contra a memória
do advogado Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira”.
A OAB Nacional emitiu uma Nota na qual lamenta a postura do
presidente Jair Bolsonaro, lembrando que as autoridades brasileiras devem “obediência
à Constituição Federal”, que tem entre seus fundamentos “a dignidade da pessoa
humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos”,
lembrando que é vedado a quem ocupa o cargo de presidente da República “atentar
contra os direitos humanos”.
Sobre Fernando
Augusto de Santa Cruz – O pai do atual presidente da OAB militou no
movimento estudantil e participou da Juventude Universitária Católica (JUC),
movimento da Igreja reconhecido pela hierarquia eclesiástica, e depois integrou
a Ação Popular (AP), organização de esquerda contrária ao regime, segundo
apurou o G1.
Fernando desapareceu em um encontro que teria no Rio de
Janeiro, em 1974, com um colega militante, Eduardo Collier Filho, da mesma
organização. Segundo o livro ‘Direito à memória e à verdade’, produzido pelo
governo federal, Fernando e o colega foram presos juntos em Copacabana por
agentes do DOI-CODI-RJ em 23 de fevereiro daquele ano – Assessoria.
Carlos Magno
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