O paraibano Fred Ozanan confirmou presença do 46º Salão
Internacional de Humor de Piracicaba, que será realizado de 10 de agosto a 27
de Outubro deste ano. O evento reúne os melhores profissionais do Brasil e de
outros países e é considerado um dos mais importantes e tradicionais do mundo.
Fred Ozanan chega ao 46º Salão de Piracicaba colecionando 23
anos seguidos de classificação de trabalhos, tendo estado presente em 19
edições, em muitas delas, recebendo homenagens pela qualidade e importância do
seu trabalho. “Não é à toa que me chamam de Paraibacicabano”, brinca Fred, ao
comentar o assunto.
O Salão
O Salão Internacional de Humor de Piracicaba surgiu em 1974,
em meio à ditadura militar, como uma iniciativa corajosa de um grupo de
piracicabanos – jornalistas, artistas e intelectuais – que costumavam se reunir
num conhecido bar da cidade chamado Café do Bule.
Tudo começou com a ideia de inserir uma mostra de humor
gráfico dentro do Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba. A partir daí,
esses piracicabanos partiram para uma viagem com destino ao Rio de Janeiro, no
ano de 1972. Na capital carioca, Alceu Marozzi Righeto, Adolpho Queiroz e
Carlos Colonnese, estabeleceram contato com o jornal “O Pasquim” e apresentaram
o projeto ao cartunista Jaguar, que aprovou a iniciativa. Por escrito, Jaguar
autorizou a cessão de seus originais em poder da Editora Abril, que não atendeu
ao pedido e a mostra não aconteceu.
Após este fato, um grupo maior, encabeçado por Luiz Antônio
Lopes Fagundes – na época Secretário Municipal de Turismo de Piracicaba – que
contava com Alceu, Adolpho, Colonnese, Roberto Antonio Cêra, Ermelindo Nardin e
Luis Mattiazzo (Chefe de Gabinete da Prefeitura), apoiado pelo então Prefeito
de Piracicaba, Adilson Benedito Maluf, resolveu criar o Salão de Humor de
Piracicaba. Alceu e Cerinha convenceram Fagundes a usar uma verba de 10 mil
cruzeiros – a princípio destinada ao Salão de Fotografia – para a organização
do I Salão de Humor de Piracicaba.
Para tal, teriam que voltar ao Rio de Janeiro e convencer os
editores do “O Pasquim” a participarem do empreendimento. Seguiram viagem com a
convicção que iam conseguir o seu objetivo. Depois de muita estrada, conversas,
confusões e garrafões de pinga, os jovens que desejavam criar, numa cidade do
interior de São Paulo, um Salão de Humor Gráfico que mais caberia em uma cidade
grande, conseguiram o apoio de Jaguar, Millôr Fernandes, Paulo Francis e Zélio
Alves Pinto.
A partir daí, teve início a grande amizade entre Piracicaba
e os cartunistas mais festejados do Brasil e no ano de 1974 foi realizado o I
Salão de Humor de Piracicaba, com a participação de Millôr, Ziraldo, Zélio,
Jaguar, Fortuna e Ciça.
Em pleno regime militar, com o receio de ter suas portas lacradas
no primeiro dia, o Salão ultrapassou todas as expectativas iniciais. Ninguém
imaginaria que a partir da terceira edição, o evento se tornaria internacional,
transformando Piracicaba em uma espécie de capital do humor para a qual
anualmente tem os olhos de artistas do mundo inteiro voltados para si.
Conhecidos cartunistas brasileiros contribuíram para a
transformação do Salão de Piracicaba num dos mais importantes encontros do
humor gráfico do Brasil e exterior, entre eles: Ziraldo, Fortuna, Millôr,
Zélio, Henfil, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, Paulo e Chico Caruso, Miguel
Paiva, Angeli, Laerte, Glauco, Edgar Vasques, Jaime Leão, Gual e Jal.
Realizado há 44 anos e considerado um dos Salões mais
importantes do mundo no universo das artes gráficas, continua cumprindo seu
papel na valorização da arte do desenho de humor: um espaço de reflexão e
fruição do belo, revelando talentos, mostrando os profissionais consagrados e
resgatando autores e obras históricas.
Carlos Magno
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