A Câmara dos Deputados derrubou nesta terça-feira (20) a
medida provisória que previa um aporte de R$ 3,5 bilhões para a Eletrobras a
fim de compensar a estatal pelas despesas de distribuidoras de energia da
estatal no passado. A proposta será arquivada.
Os recursos seriam repassados até 2021. Sem a verba, os
planos do governo de privatizar a empresa ainda neste ano podem ser
prejudicados. Isso porque a empresa terá de assumir dívidas de subsidiárias, o
que poderá afetar o preço de suas ações.
Diante da derrubada, o líder do governo na Câmara, deputado
Major Vitor Hugo (PSL-GO), anunciou no plenário que o governo pretende enviar
ao Legislativo um projeto de lei para tratar da questão.
Editada pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, a medida já
perderia a validade nesta quarta-feira (21), quando iria expirar o prazo de 120
dias que o Congresso Nacional tinha para aprová-la.
Mesmo que a medida tivesse sido aprovada pela Câmara, ainda
teria de passar pelo Senado – e não haveria tempo hábil. Pela Constituição, as
MPs entram em vigor assim que publicadas no "Diário Oficial", mas,
para virarem lei em definitivo, têm de passar por votações nas duas casas.
Após 45 dias de tramitação, a medida provisória passa a
trancar a pauta e tem prioridade na fila de projetos. Como já iria caducar
nesta quarta, os deputados entraram em acordo na reunião de líderes da Câmara
para rejeitá-la e, assim, destravar a pauta.
Os parlamentares derrubaram a MP na primeira etapa de
votação – na qual se analisa somente se não fere nenhum princípio
constitucional– e não chegaram a discutir o mérito.
Controversa, a privatização da estatal já havia sido
encaminhada ao Legislativo pelo ex-presidente Michel Temer em 2018. Mas o texto
sofreu resistência e não avançou.
A intenção do governo anterior era vender ações da empresa
para diluir a fatia governamental na companhia para uma posição minoritária –
G1.
Carlos Magno
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