O governo Jair Bolsonaro anunciou o corte de mais 5.613
bolsas de pós-graduação que seriam ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir de setembro. O congelamento, que
passa a vigorar neste mês, soma-se a outras 6.198 bolsas que haviam sido
bloqueadas no primeiro semestre de 2019.
Ao todo, as 11.811 bolsas cortadas correspondem a 5,57% do
total de vagas ofertadas pelo sistema neste ano. O bloqueio foi anunciado há
pouco pelo presidente da instituição, Anderson Ribeiro Correa, e é reflexo da
redução do orçamento da instituição. Haviam sido reservados para este ano R$
4,250 bilhões, dos quais R$ 819 milhões foram bloqueados.
Ao anunciar os números, Correa afirmou que o novo bloqueio
representa R$ 544 milhões que deixam de ser investidos nas bolsas em quatro
anos. O cálculo foi feito a partir do montante que seria investido em quatro
anos. Não há informações se as bolsas atingidas agora serão retomadas.
Para 2019, a medida representa R$ 37,8 milhões a menos de
investimento em pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A Capes
financia também bolsas para professores de educação básica. A área, contudo,
ainda não foi atingida pelos cortes.
A expectativa para o financiamento da Capes são pouco
animadoras. A previsão para 2020 é de que o orçamento da coordenação caia para
R$ 2,2 bi, o equivalente a 51% do orçamento previsto para este ano. O
secretário executivo do MEC, Antonio Vogel, afirmou que a equipe está buscando
alternativas para que não haja prejuízo na pesquisa do País. Ele, no entanto,
não afirmou quais as estratégias que estão em análise. “Estamos vendo várias
alternativas. Todas estão na mesa”, disse, para mais tarde completar. “Estamos
preocupados, conversando com o governo federal, em busca de soluções para
isso.”
O presidente da Capes afirmou que o corte anunciado nesta
segunda foi realizado para garantir o pagamento das bolsas que estão em vigor.
A medida atinge bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado – Estadão.
Carlos Magno
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