A Polícia Civil de São Paulo anunciou nesta terça-feira o
indiciamento da modelo Najila Trindade pelos crimes de denunciação caluniosa,
fraude processual e extorsão no caso em que acusou o atacante Neymar de
estupro. O ex-marido de Najila, Estivens Alves, foi denunciado por fraude
processual e divulgação de conteúdo erótico.
O indiciamento dos dois foi decidido após a conclusão dos
inquéritos relacionados à acusação de estupro. A investigação já havia sido
arquivada no dia 8 de agosto pela juíza Ana Paula Gomes Galvão da Vara da
Região Sul 2 de Violência Doméstica Familiar. A delegada Juliana Lopes
Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, de Santo Amaro, afirmou não ter
encontrado provas para indiciar Neymar na investigação. A delegada informou que
não poderia oferecer detalhes da decisão, pois o inquérito corre sob segredo de
justiça.A defesa de Najila tentou a reabertura do caso, mas o pedido foi
negado.
Outras duas investigações estavam em curso a partir do
suposto estupro. Uma delas, solicitada pela defesa de Neymar, alegou
denunciação caluniosa e extorsão de Najila. O indiciamento da modelo ocorreu
nesta peça de investigação. O outro inquérito foi aberto pelos delegados para
apurar o desaparecimento de objetos eletrônicos da casa da modelo.
O ex-marido de Najila também foi indiciado por ter
participado do caso, segundo a Polícia Civil, por divulgação de conteúdo erótico
da modelo para um repórter em troca de espaço na imprensa. Os inquéritos
continuam sob segredo de Justiça e foram encaminhados ao Tribunal de Justiça
para apreciação dos representantes do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Em contato com a reportagem do Estado, Cosme Araújo,
defensor de Najila, afirmou que ainda não teve conhecimento do relatório da
delegada Monique Lima, do 11º DP, responsável pelo indiciamento.
Entenda o caso
As investigações sobre o suposto estupro de Neymar sobre
Najila começaram em 31 de maio. A modelo chegou à 6ª Delegacia de Defesa da
Mulher, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, e foi ao Hospital Pérola
Byington, onde realizou exame de corpo de delito. A modelo relatou que o
atacante estava alterado, fez sexo contra a vontade dela, sem usar camisinha. O
atacante negou o estupro, disse que usou preservativo e o jogou no vaso
sanitário.
A promotora Flávia Merlini afirmou que os laudos do
Instituto Médico Legal (IML) não constataram nenhum sinal de violência em
Najila. A única lesão identificada foi no dedo, ocorrida no dia seguinte ao
suposto estupro, quando a modelo brigou com Neymar no quarto do hotel.
No dia seguinte, Neymar esteve no mesmo quarto e foi
agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegou que buscava uma prova
de que se encontrara com o atleta. O vídeo tem cerca de 60 segundos. A modelo
afirmou que gravou todo o encontro, mas o vídeo teria sido furtado juntamente
com seu tablet. As imagens nunca foram mostradas aos investigadores – Estadão.
Carlos Magno
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