Eu não quero acreditar que as atitudes tomadas pelo
presidente Bolsonaro sejam feitas de forma estabanada, sem que se imagine os
efeitos de cada decisão. Seria amadorismo demais. Mas também demoro a crer que o
presidente queira ‘pagar pra ver’ os efeitos negativos que os cortes
orçamentários causarão no futuro do Brasil.
Ao cortar recursos para universidades, escolas técnicas,
bolsas de graduação e pós-graduação, Embrapa, pesquisas científicas e
tecnológicas e por aí vai, Bolsonaro simplesmente compromete o futuro de um
país que para chegar aonde chegou – e olha que temos muito a ascender, ainda –
penou muito. Foram anos de esforço conjunto de instituições respeitadas
nacional e internacionalmente.
Há poucos dias, ouvi atento as palavras do Gerente de
Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Renato
da Fonseca, em entrevista à Globo News, na qual ele alertava para os efeitos
que estes cortes em setores ligados à pesquisa científica e tecnológica do
Brasil terão sobre a economia do país.
Segundo ele, a competitividade da indústria nacional, não
apenas no mercado interno, mas, sobretudo no mercado externo, está diretamente
ligada aos resultados obtidos na pesquisa científica e tecnológica do país. Submeter
este setor aos cortes que o governo está promovendo é comprometer a economia do
país de forma irreparável.
Não nos assustemos se, num futuro próximo, pode ser que ainda
no atual governo, comecemos a amargar quedas consideráveis na competitividade
industrial brasileira e perdas de mercado, principalmente mercado
internacional. Não precisará ser nenhum ‘expert’ em economia para saber que
quem planta, colhe o que plantou. Simples assim.