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17/09/2019

Suposto suicídio de empresária passa a ser investigado como assassinato, após polícia ver imagens do namorado agredindo a vítima


Um novo vídeo do caso envolvendo a empresária cearense Jamile de Oliveira Correira, de 46 anos, morta após ser atingida por um tiro dentro do próprio apartamento no Bairro Meireles, em Fortaleza, mostra a mulher sendo agredida pelo namorado dentro do carro, no estacionamento do prédio. Uma fonte ligada à investigação confirmou ao G1 que Jamile levou um murro do homem. Inicialmente, a polícia investigava o caso como suicídio, mas depois a polícia passou a trabalhar com crime de feminicídio.

 

A confirmação da agressão foi fundamental para a reviravolta do caso, ocorrido na noite de 29 de agosto, em um bairro da área nobre de Fortaleza. A vítima chegou a ser internada no Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF) com um hematoma no rosto e um tiro no peito. O namorado da mulher, o advogado Aldemir Pessoa Júnior, disse em depoimento à polícia que ele e o filho de Jamile tentaram evitar o disparo.



 

As imagens do novo vídeo analisado na investigação mostram o casal dentro do carro estacionando. O advogado dirigia e Jamile estava como passageira. É possível ver o homem movimentando os braços em direção à vítima. Em dado momento, ele desfere um murro contra a companheira, segundo a mesma fonte.

 

O vídeo captou a agressão no carro às 22h53 do dia 29 de agosto. Momentos depois, a mulher aparece dentro do elevador, e o relógio da câmera marca de 23h16.

 

O advogado passou a ser considerado suspeito de ter matado Jamile. O filho da empresária, de 14 anos, que aparece em câmeras de monitoramento do prédio arrastando a mãe ferida para dentro do elevador, já na madrugada do dia 30 de agosto, é tido como testemunha.

 

Jamile possuía um patrimônio em valor alto, deixado pelo ex-marido falecido, e a suspeita da polícia é de que o namorado queria ficar com os bens.

 

Procurado pelo G1, Aldemir Pessoa negou interesse no patrimônio da companheira e afirmou que não houve assassinato. O homem foi indiciado por feminicídio. O caso é investigado no 2º Distrito Policial.

 

Imagens do socorro à vítima

 

Em imagens divulgadas anteriormente pelo G1, já passava de meia-noite do dia 30 de agosto quando a vítima foi arrastada para o elevador pelo filho e pelo namorado, com marcas de sangue na roupa e um hematoma no rosto. No vídeo, o filho da vítima aparece sem camisa e descalço, puxando com dificuldade a mãe desacordada para dentro do elevador. Antes de entrar, ele chega a movimentar os braços dela, e a mulher parece mover a cabeça para trás.

 

Com a mãe no chão ainda do lado de fora do elevador, o garoto se agacha e toca nela, enquanto aperta botões do elevador. Ele parece tentar falar com ela, enquanto a vítima aparentemente move parte do corpo. Segundos depois, o namorado da vítima aparece nas imagens e ajuda o garoto a colocar Jamile dentro do elevador.

 

Os dois empurram a mulher, que parece se esforçar para movimentar partes do corpo, como os braços, enquanto o garoto continua agachado próximo do rosto dela. Depois a mulher fica imóvel, o suspeito se agacha próximo ao rosto dela e o filho põe a mão na cabeça e movimenta o rosto contra o espelho do elevador.

 

O suspeito e o garoto parecem ter uma rápida conversa, e os dois acabam tirando a mulher de dentro do elevador. O vídeo encerra em seguida, à 0h28.

 

Deixada no hospital

 

As investigações policiais revelam que o homem não ficou no centro médico após a vítima dar entrada. Jamile morreu às 7h do dia 31 de agosto. Apesar da gravidade do caso, o namorado também não falou com os familiares sobre o estado de saúde da empresária e não acionou a polícia após ir ao hospital.

 

Ainda de acordo com a investigação, o advogado chegou a retornar ao prédio - ele limpou o local e permaneceu no apartamento por um tempo. Enquanto Jamile estava no hospital, Aldemir Pessoa utilizou o celular dela.

 

Familiar relatou ameaças

 

Uma familiar de Jamile contou, sob a condição de não ser identificada, que Aldemir vinha ameaçando a empresária e já havia formulado um documento para que a vítima assinasse, repassando a ele todos os seus bens.

 

“Tudo isso me abala muito. A única coisa que ele queria dela era o patrimônio dela. Quando o marido dela faleceu, ele deixou um patrimônio alto. Na minha cabeça, ele arquitetou tudo. Fez confusão e matou ela. Ele tinha uma folha onde dizia para ela passar todo o patrimônio dela para ele. Ela disse que ele podia matar ela e ela não passava. Ela dizia para mim que ele era um carrapato, que mandava ele sair do apartamento e ele não saía", afirmou a entrevistada.

 

Aldemir Pessoa Júnior disse que ele e Jamile estavam apaixonados, prestes a se casar. "Patrimônio por patrimônio, eu tenho o meu. Não se trata disto. Nós íamos casar agora dia 18, no dia do aniversário dela. Foi um suicídio e, de qualquer forma, tenho minha consciência tranquila", disse – G1.

 

Carlos Magno

 

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