O policial acusado por diversas mulheres de cometer assédio,
abuso sexual e até um estupro dentro de uma delegacia em Guarujá, no litoral de
São Paulo, continua na unidade, mas realizando serviços que não tenham contato
com o público, segundo a Polícia Civil.
Conforme apurado pelo G1 nesta terça-feira (24), os fatos
estão sob investigação e os resultados poderão resultar no afastamento das
funções do autor, inclusive a sua efetiva demissão. Ele já não tem mais acesso
ao sistema policial, como por exemplo aos boletins de ocorrência, onde poderia
encontrar celular e endereço das vítimas.
De acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, já há
indícios suficientes que comprovem parte dos crimes pelo qual o agente é
acusado. O celular dele foi apreendido e segue sob o domínio da investigação.
Ao G1, uma vendedora de 23 anos, uma das vítimas do
policial, relatou o medo que sente pela situação. "Eu acho que um cara
desse jamais deveria estar em uma posição de policial. Em uma delegacia onde
vamos atrás de segurança, da preservação dos nossos direitos, e acontecer algo
assim, é muito complicado", disse.
Relembre os casos
Após o relato de uma jovem de 23 anos acusando o policial
civil de estupro dentro da Delegacia Sede de Guarujá, no litoral de São Paulo,
mais três mulheres contaram ao G1 que sofreram assédio, de variadas formas, por
parte do mesmo suspeito. O crime ocorria, segundo elas, durante o registro do
boletim de ocorrência, dentro de uma sala do Distrito.
Todas as vítimas descreveram as mesmas características do
policial: alto, moreno e um pouco forte. A forma como ele as abordou, segundo
relatam, também foi parecida.
Uma professora de 41 anos relatou que ao levar uma amiga
vítima de agressão para registrar boletim de ocorrência, após registro do
depoimento, o policial pediu que a professora entrasse na sala, anotou os dados
pessoais dela e, posteriormente, enviou fotos do pênis em seu celular,
afirmando que estava excitado.
Conforme relatou, o agente ainda teria pego o celular de
outra amiga dela por meio do registro de um boletim de ocorrência para cometer
o mesmo crime. Já uma consultora de negócios, de 31 anos, relatou que no fim de
2018 estava com o marido na delegacia para registrar um boletim de ocorrência
após cair em um golpe pela internet.
O policial teria pedido o celular dela para imprimir as
conversas com os golpistas e ela entregou, acreditando ser procedimento.
Depois, teria pedido para o marido da vítima sair da sala, pois colheria o
depoimento do casal separadamente. Nesse momento, disse coisas obscenas à
mulher e perguntou se ela trairia o companheiro.
A situação foi parecida com uma funcionária pública, de 37
anos, ao denunciar uma conta cobrada indevidamente pelo seu aplicativo do
banco. O policial pediu para acessar o aplicativo e olhou as redes sociais da
moça.
Enquanto registrava a ocorrência, segundo relata, o policial
começou a perguntar se ela era casada e tinha filhos, além de dizer que ela era
muito bonita e gostosa. Passando a mão por dentro da calça, no órgão genital
dele, e afirmando não conseguir se concentrar – G1.
Carlos Magno
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