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15/10/2019

Dono de caminhonete que caiu de ribanceira diz que desistiu de ir a culto porque teve “pressentimento esquisito”. Seis pessoas morreram


O dono da caminhonete que caiu de uma ribanceira na Região Metropolitana de Curitiba, no fim da tarde de domingo (13), afirmou que teve um "pressentimento esquisito" e, por isso, não foi ao culto junto com os 30 fiéis que estavam no veículo. Seis pessoas morreram.

 

Luiz Cavalheiro disse, nesta segunda-feira (14), que desistiu de ir para o culto em cima da hora, dez minutos antes: "Sentia que não era para eu ir". Era o filho de Luiz quem dirigia o veículo. Ele morreu.

 

"Há dias vinha pressentindo uma coisa. Parece que estava faltando alguém da família, só não sabia de que maneira. Acabei não indo, fiquei em casa", afirmou.


Transporte irregular

 

O transporte dos fiéis era feito de forma irregular. As pessoas estavam em cadeiras em cima da carroceria – o que configura infração gravíssima perante o Código de Trânsito brasileiro.

 

Além disso, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o motorista estava com a carteira de habilitação vencida, e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) está atrasado.

 

Segundo a Polícia Civil, Luiz Cavalheiro deve ser ouvido na terça-feira (15).

 

A Prefeitura de Doutor Ulysses decretou luto oficial de três dias, por causa das mortes.



 

Filho, neto e irmão morreram

 

Além do filho, Luiz perdeu o neto e o irmão no acidente.

 

"Ainda não consigo [chorar]. É muita dor", afirmou Luiz. Ele disse que está muito abalado.

 

O acidente aconteceu na PR-092, entre Cerro Azul e Doutor Ulysses. O grupo retornava para Cerro Azul, depois de um culto evangélico em Doutor Ulysses, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O trecho que seria percorrido seria de 23 quilômetros.

 

A esposa de Luiz, mãe do motorista, também estava no veículo. Ela ficou ferida, mas já recebeu alta do hospital, segundo Luiz. Outra vítima que se feriu é a nora dele.

 

Mais de 20 pessoas se feriram. Todos os feridos foram levados a hospitais de Curitiba. Até o meio-dia desta segunda-feira (14), pelo menos seis vítimas já tinham sido liberadas.

 

IPVA atrasado

 

"Não sei como foi acontecer isso. Caminhonete nova, amanhã está completando o 1º aniversário. Eu tirei ela nova, a caminhonete é minha, para o meu filho trabalhar”, contou Luiz.

 

De acordo com Luiz, o filho dirigia caminhões há mais de dez anos.

 

O dono da caminhonete afirmou que ela estava com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasado. Porém, garantiu que a condição dela era boa.

 

"O carro estava bem revisado. Faz um mês e pouquinho que eu mandei fazer a revisão aqui em Curitiba. Então, estava tudo em ordem", afirmou.

 

'Apagão'

 

Luiz disse que o filho conhecia muito bem o trajeto.

 

"Eu acho que ele passou mal no volante", explicou.

Luiz contou que há aproximadamente dois meses o filho passou mal, teve uma espécie de apagão. Mas, naquele dia, o filho que não tinha se alimentado – diferentemente do que aconteceu no domingo, conforme Luiz.

 

Luiz ainda garantiu que o filho não consumiu bebida alcoólica antes de dirigir.

 

Estrada sinuosa

 

O acidente foi registrado na altura do km 124 da rodovia. Não tem asfalto no local, e o acesso é difícil. A ribanceira de onde a caminhonete caiu tem 40 metros de altura, conforme os bombeiros.

 

"Estrada sinuosa, um trecho de estrada de chão bastante sinuoso também. A equipe demorou bastante para chegar ao local, em torno de três horas", disse o subtenente Coelho, do Corpo de Bombeiros. Ele ajudou no resgate.

 

Irregularidades

 

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), três infrações de trânsito consideradas gravíssima foram cometidas:

 

- Transportar passageiros em compartimento de carga do veículo

 

- Motorista estava com a carteira vencida

 

- Veículo estava com licenciamento vencido

 

"Possivelmente, ele [o motorista] passou muito próximo à beira e talvez o rodado tenha caído em um buracão de erosão ali e ele veio a tombar para a ribanceira", explicou o subtenente Coelho – G1.

 

Carlos Magno

 

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