O dono da caminhonete que caiu de uma ribanceira na Região
Metropolitana de Curitiba, no fim da tarde de domingo (13), afirmou que teve um
"pressentimento esquisito" e, por isso, não foi ao culto junto com os
30 fiéis que estavam no veículo. Seis pessoas morreram.
Luiz Cavalheiro disse, nesta segunda-feira (14), que
desistiu de ir para o culto em cima da hora, dez minutos antes: "Sentia
que não era para eu ir". Era o filho de Luiz quem dirigia o veículo. Ele
morreu.
"Há dias vinha pressentindo uma coisa. Parece que
estava faltando alguém da família, só não sabia de que maneira. Acabei não
indo, fiquei em casa", afirmou.
Transporte irregular
O transporte dos fiéis era feito de forma irregular. As
pessoas estavam em cadeiras em cima da carroceria – o que configura infração
gravíssima perante o Código de Trânsito brasileiro.
Além disso, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o
motorista estava com a carteira de habilitação vencida, e o Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) está atrasado.
Segundo a Polícia Civil, Luiz Cavalheiro deve ser ouvido na
terça-feira (15).
A Prefeitura de Doutor Ulysses decretou luto oficial de três
dias, por causa das mortes.
Filho, neto e irmão
morreram
Além do filho, Luiz perdeu o neto e o irmão no acidente.
"Ainda não consigo [chorar]. É muita dor", afirmou
Luiz. Ele disse que está muito abalado.
O acidente aconteceu na PR-092, entre Cerro Azul e Doutor
Ulysses. O grupo retornava para Cerro Azul, depois de um culto evangélico em
Doutor Ulysses, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O trecho que seria
percorrido seria de 23 quilômetros.
A esposa de Luiz, mãe do motorista, também estava no
veículo. Ela ficou ferida, mas já recebeu alta do hospital, segundo Luiz. Outra
vítima que se feriu é a nora dele.
Mais de 20 pessoas se feriram. Todos os feridos foram
levados a hospitais de Curitiba. Até o meio-dia desta segunda-feira (14), pelo
menos seis vítimas já tinham sido liberadas.
IPVA atrasado
"Não sei como foi acontecer isso. Caminhonete nova,
amanhã está completando o 1º aniversário. Eu tirei ela nova, a caminhonete é
minha, para o meu filho trabalhar”, contou Luiz.
De acordo com Luiz, o filho dirigia caminhões há mais de dez
anos.
O dono da caminhonete afirmou que ela estava com o Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasado. Porém, garantiu
que a condição dela era boa.
"O carro estava bem revisado. Faz um mês e pouquinho
que eu mandei fazer a revisão aqui em Curitiba. Então, estava tudo em
ordem", afirmou.
'Apagão'
Luiz disse que o filho conhecia muito bem o trajeto.
"Eu acho que ele passou mal no volante", explicou.
Luiz contou que há aproximadamente dois meses o filho passou
mal, teve uma espécie de apagão. Mas, naquele dia, o filho que não tinha se
alimentado – diferentemente do que aconteceu no domingo, conforme Luiz.
Luiz ainda garantiu que o filho não consumiu bebida
alcoólica antes de dirigir.
Estrada sinuosa
O acidente foi registrado na altura do km 124 da rodovia.
Não tem asfalto no local, e o acesso é difícil. A ribanceira de onde a
caminhonete caiu tem 40 metros de altura, conforme os bombeiros.
"Estrada sinuosa, um trecho de estrada de chão bastante
sinuoso também. A equipe demorou bastante para chegar ao local, em torno de
três horas", disse o subtenente Coelho, do Corpo de Bombeiros. Ele ajudou
no resgate.
Irregularidades
Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), três infrações
de trânsito consideradas gravíssima foram cometidas:
- Transportar passageiros em compartimento de carga do
veículo
- Motorista estava com a carteira vencida
- Veículo estava com licenciamento vencido
"Possivelmente, ele [o motorista] passou muito próximo
à beira e talvez o rodado tenha caído em um buracão de erosão ali e ele veio a
tombar para a ribanceira", explicou o subtenente Coelho – G1.
Carlos Magno
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