Às dezoito horas deste domingo, encerrou-se o primeiro dia
de Exame Nacional do Ensino Médio do governo de Jair Bolsonaro. Alvo de
polêmicas desde a campanha presidencial por conta de questões consideradas
“doutrinárias” pelo então candidato, a prova trouxe textos mais curtos, um tema
de redação surpreendente – a democratização do acesso ao cinema – e nenhuma
pergunta sobre a ditadura militar, figurinha carimbada nas últimas oito edições
do exame. Em entrevista coletiva em Brasília, o ministro da Educação, Abraham
Weintraub, afirmou que este é o primeiro “Enem do novo ciclo”. “Não fica
doutrinando, não fica buscando polêmica. Nem o pessoal mais à esquerda está
criticando”, disse o ministro.
Ao lado do diretor-presidente do Inep, Alexandre Lopes,
Weintraub ressaltou que não escolheu as questões e que só teve acesso ao exame
hoje pela manhã. “Nossa orientação para o time que escolheu as questões foi
para que a prova selecionasse as pessoas mais qualificadas. O objetivo do Enem
não é doutrinar”, afirmou. O ministro disse ainda que a discussão sobre 1964
não leva “a lugar nenhum”. “Podemos falar em regime militar ao invés de
ditadura, mas é uma discussão que não vai levar a nenhum lugar. Ao contrário
das edições anteriores, onde vimos sujeira, doutrinação e problemas cabulosos
com gráficas, este exame foi um sucesso. A cara do governo Bolsonaro”, avaliou.
Weintraub garantiu ainda que o vazamento da página da
redação nas redes sociais não gerou prejuízos para nenhum dos participantes,
uma vez que a foto foi veiculada após a divulgação oficial do tema pelo próprio
MEC. A suspeita é de que o material tenha sido publicado por um aplicador, que
teve acesso aos cadernos de três faltantes. “A Polícia Federal já está
investigando tudo. O impacto que esse mau elemento, essa pessoa vil, fez, foi
zero. Essa pessoa não tem respeito pelas demais pessoas que estavam trabalhando
para fazer uma coisa decente”, disse o ministro – Veja.
Carlos Magno
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