O ano de 2019 no Rio já registra o maior número de mortos
por policiais desde o início da série histórica, em 1998. Foram 1.546 até
outubro.
A contagem oficial do Instituto de Segurança Pública (ISP)
sequer considera ainda os meses de novembro e dezembro.
O número já é maior do que as 1.534 mortes dos doze meses do
ano passado.
Até então, 2018 era o ano com maior número de mortos por
policiais.
Os 3 anos com mais
mortos por policiais:
2019 - 1.546*
2018 - 1.534
2007 - 1.330
* considerando somente os 10 primeiros meses do ano.
Mortes não diminuem
violência, diz MP
Um estudo do Ministério Público, divulgado no mês passado,
afirma que o aumento do número de mortes em ações policiais não tem relação
direta com a redução da criminalidade no estado.
A pesquisa diz que a letalidade policial não provoca queda
no número de crimes.
Também em 2019 outro recorde já havia sido batido: julho foi
o mês com o maior número de mortes por intervenção policial desde 1998, quando
a estatística começou a ser contabilizada.
Como mostrou o Jornal Nacional no mês passado, a Defensoria
Pública diz que as mortes precisam ser investigadas e as ações dos policiais
devem seguir a lei.
“O que a lei determina, o que a lei orienta é a proteção da
vida. Então, os casos de letalidade por policiais precisam ser aqueles casos
absolutamente extremos, onde não há nenhuma outra alternativa”, afirmou o
defensor público Pedro Strozenberg.
“Essa ideia de enfrentamento parece que é a solução do
problema e parece que nós não aprendemos em 35 anos que isso não é
suficiente", conclui.
Terminologia
Tecnicamente, as mortes em confrontos com a polícia são
denominadas "morte por intervenção de agente do Estado", que ocorre
durante a função policial. A denominação foi definida em portaria do Ministério
da Segurança Pública no fim de 2018.
Anteriormente, no Rio, esse tipo de ocorrência era
registrado como "auto de resistência", "homicídio decorrente de
intervenção policial" e, no ano passado, chegou a ser chamado de
"mortes por intervenção legal", termo que gerou polêmica.
Apesar das mudanças de nomenclatura, não houve mudança no
método estatístico – G1.
Carlos Magno
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