Após ter passado quase 1400 anos em Roma, um pequeno
fragmento de madeira que teria sido tirado da manjedoura de Jesus Cristo foi
exposta em Jerusalém na sexta-feira (29).
A relíquia, considerada uma das importantes para os
católicos, voltará definitivamente para a cidade de Belém, cidade onde Jesus
nasceu (e dormiu na manjedoura) há mais de 2000 mil anos, de acordo com a
tradição cristã.
Há relatos de que a relíquia foi enviada a Roma para que
ficasse em um local depois que os muçulmanos conquistaram a região ou de que
teria sido oferecida como presente para o papa. O fato é que, desde então, ela
era propriedade do Vaticano.
Atualmente, o fragmento de poucos centímetros estava exposto
na Basílica de Santa Maria Maggiore, na capital italiana.
Foi o Papa Francisco decidiu que o fragmento de madeira,
envolto em prata, seria entregue à Custodia Terrae Sanctae, a ordem franciscana
responsável pela administração dos locais católicos na Terra Santa.
No sábado, a relíquia deve ser colocada na Igreja de Santa
Catarina, perto da Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia.
A procedência das relíquias antigas é frequentemente
questionada, porém são reverenciadas pelos católicos e sua volta é bastante
simbólica para eles.
"Estamos empolgados e agradecemos ao Papa Francisco
pelo presente e pelo direito de guardar a santa relíquia", disse Francesco
Patton, custódio da Terra Santa para a Igreja Católica, em comunicado.
A professora Galit Noga-Banai, do departamento de História
da Arte da Universidade Hebraica de Jerusalém, explicou ao jornal “Haaretz” que
a percepção é de que um pequeno fragmento guarda a santidade da fonte completa
(neste caso a manjedoura).
“Isso [a transferência] é importante porque agora em Belém
não terá apenas o local [a gruta] em que Jesus nasceu, mas também um
remanescente autêntico da manjedoura. É o fechamento de um círculo que
contribuirá para a santidade do lugar”, declarou.
Os cristãos representam cerca de 1% da população palestina
na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental – G1.
Carlos Magno
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