A aplicação financeira mais tradicional do país, a famosa
poupança, está com retorno negativo com o anúncio do novo corte da taxa Selic.
Isso significa que a rentabilidade da poupança perde para inflação (medida pelo
IPCA –Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Numericamente, quem deixar o dinheiro na poupança continuará
vendo um aumento gradativo do valor aplicado, mas não se engane. O dinheiro
ficará menor porque haverá um redução do poder de compra do investidor por
causa da inflação.
A rentabilidade da poupança é calculada seguinte maneira:
quando a taxa básica de juros, a Selic, estiver acima de 8,5% ao ano, o
rendimento da poupança é de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR). Lembrando
que a última vez que a Selic esteve acima deste patamar foi em julho de 2017.
Já quando a taxa de juros estiver abaixo ou igual a 8,5% ao ano, a poupança
rende 70% da Selic mais a TR.
Com a taxa Selic de 4,50% ao ano e a taxa referencial
zerada, a rentabilidade atual da poupança é de 3,15% ao ano, enquanto a
inflação projetada para 2019 é de 3,84%. Para o próximo ano, a expectativa
segundo o boletim Focus, é que a inflação seja de 3,60% e o mercado espera que
a Selic possa cair ainda mais, ficando em 4,25% ao ano, ou seja, a
rentabilidade da poupança pode ser ainda menor do que a atual.
O que fazer?
Para especialistas, a nova realidade de juros baixos veio
para ficar. Aquele cenário de juros altos e ganhos garantidos na renda fixa é
coisa do passado. O investidor que quiser ter maior rentabilidade terá que
assumir mais risco. Mas calma, ninguém precisa sair da poupança e ir direto
para Bolsa.
“É fundamental que o investidor avalia quanto ele pode tomar
de risco e o momento de vida atual. A Bolsa não é para todo mundo. Tudo depende
da capacidade de risco que a pessoa pode tomar”, alerta Paulo Marostica,
planejador financeiro certificado pela Planejar.
Para os investidores mais conservadores, que nunca saíram da
poupança, a indicação é buscar títulos no Tesouro. Quem migrar da poupança para
o Tesouro não terá ganhos expressivos, mas não terá perda do valor com a
inflação. É uma boa opção para alocar a reserva de emergência, por exemplo.
Outra opção é buscar fundos de investimentos especializados
em renda fixa, que tem alocação em
títulos do Tesouro, CDB pré-fixado, entre outros. Para quem deseja arriscar um
pouco mais, mas sem investir diretamente em ações, uma opção seria os fundos de
ações. Nestes dois casos, os riscos são diluídos pelo gestor do fundo, que
conhece bem os produtos financeiros disponíveis – Exame.
Carlos Magno
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