Imagens inéditas divulgadas nesta sexta-feira (3) mostram a
parte interna do elevador que despencou e matou quatro pessoas da mesma família
em Santos, no litoral de São Paulo. Dentro da cabine, além da mola de segurança
do elevador, é possível ver pertences das vítimas. O acidente ocorreu na última
segunda-feira (30) em um prédio onde moram apenas oficiais da Marinha do
Brasil.
A queda do equipamento aconteceu em um edifício residencial
localizado na Rua Guararapes, no bairro Vila Belmiro. Eric Miguel, 19 anos, o
pai, Edilson Donizete, de 45 anos, e a mãe, Lucineide de Souza Goes, de 43
anos, moravam em Santo André. Eles morreram logo depois de chegarem ao prédio,
onde passariam a virada do ano na casa de Jucelina Santos, irmã de Lucineide,
que também morreu no acidente. Ela desceu para buscá-los no térreo do edifício
e, quando a família subia para o 9º andar, o elevador caiu.
As fotos, obtidas com exclusividade pelo G1 e pelo Jornal A
Tribuna, foram feitas logo após a retirada dos corpos das vítimas e o trabalho
da perícia da Polícia Científica, durante a madrugada de terça-feira (31).
Dentro da cabine, é possível ver a mola de segurança,
utilizada em poços de elevadores para a segurança na absorção de impactos. Com
a queda, o equipamento destruiu o piso e foi parar dentro da cabine. Nas fotos,
também é possível identificar objetos que seriam das vítimas do acidente como
sacolas, chinelos e roupas.
Os corpos das vítimas foram retirados do elevador e levados
ao carro da funerária. Manchas de sangue ficaram no chão do corredor, do
subsolo e do estacionamento do edifício, como mostra uma das fotos.
Jucelina foi sepultada em Guarujá, enquanto seus familiares
foram enterrados em um cemitério na cidade de Santo André, no ABC Paulista.
Após o acidente, equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia
Militar, da Defesa Civil do Santos e do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU) foram para o local. A Defesa Civil de Santos também esteve no
prédio para monitorar a situação. Os dois elevadores do edifício, o de serviço
que desabou e o social, foram interditados.O laudo da perícia deverá apontar o
que causou o acidente.
Elevador
Em entrevista ao G1, moradores que preferiram não se
identificar relataram que os elevadores do prédio apresentam problemas há anos.
De acordo com o comandante do 8º Distrito Naval, o Vice-Almirante almirante
Sergio Fernando de Amaral Chaves Junior, o elevador de serviço passou por
manutenção e avaliação e foi liberado para uso no último dia 23.
Em nota, a empresa Elevadores Villarta informou que
imediatamente após o acidente a empresa enviou representantes ao local para
auxiliar todas as autoridades envolvidas e se solidariza com as vítimas. A
empresa disse que está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos
e colaborar com as investigações e ressaltou que não medirá esforços para
esclarecer as causas do ocorrido.
Em nota, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos
Portos de São Paulo (CPSP), informou que está dando todo o suporte possível às famílias.
O respectivo Inquérito Policial Militar será aberto para apurar o ocorrido.
Segundo a Prefeitura de Santos, um engenheiro da Secretaria
Municipal de Infraestrutura e Edificações foi ao local, acompanhado da equipe
técnica da empresa que presta serviços de manutenção dos elevadores do prédio,
para acompanhar o início das investigações sobre as causas da queda da cabine.
Os elevadores do edifício Tiffany estão em operação desde
1998. A Vilarta, empresa responsável pela manutenção dos equipamentos, tem
documentação regular junto à Prefeitura, incluindo alvará de instalação e
funcionamento dos aparelhos, além de ter apresentado no último dia 1° de
dezembro o relatório trimestral obrigatório de regularidade, que atesta a
responsabilidade técnica de manutenção preventiva realizada recentemente no
referido endereço.
Em cumprimento à legislação municipal, cabe à empresa a
responsabilidade de garantir a segurança do funcionamento dos elevadores. A
Prefeitura faz fiscalizações periódicas em edifícios e especialmente em duas
situações: denúncias na Ouvidoria Municipal ou observação de alteração no
funcionamento do equipamento nos relatórios de regularidade.
A Ouvidoria Municipal informa que, até a presente data, não
recebeu nenhuma denúncia ou registro de ocorrência sobre possíveis
irregularidades no endereço do acidente. A Prefeitura ainda informa que todos
os documentos relativos ao elevador em questão serão disponibilizados às
autoridades policiais – G1.
Carlos Magno
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