A sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que pode
sancionar a previsão de R$ 2 bilhões no Orçamento de 2020 para financiamento de
campanhas eleitorais tem irritado aliados do governo no Congresso.
O assunto foi discutido entre integrantes do governo nesta
segunda-feira (6) e também entre parlamentares alinhados à pauta de combate à
corrupção do ministro da Justiça, Sergio Moro.
Fontes do Ministério da Justiça ouvidos pelo blog, no
entanto, avaliam que o assunto é da alçada da Presidência da República não da
pasta.
Apoiadores do governo avaliam que o Planalto já se desgastou
com a sanção da figura do juiz de garantias – mesmo sob críticas de
bolsonaristas.
Agora, a sanção do aumento de dinheiro público destinado a
campanhas eleitorais será, novamente, um gesto do presidente ao Congresso para
evitar se indispor com parlamentares. Tal aceno contraria o próprio eleitorado
de Bolsonaro.
A base de apoio do presidente frequentemente mira nas redes
sociais parlamentares como “adversários” do combate à corrupção, uma das
bandeiras de campanha de Bolsonaro.
Na semana passada, o presidente disse que se vetasse o fundo
eleitoral – como chegou a cogitar em dezembro – correria risco de impeachment.
Afirmou que a sanção é “uma obediência à lei" e que era preciso
"preparar a opinião pública" para a sua decisão para não ser
“massacrado”.
Nos bastidores, Bolsonaro tem irritado principalmente
aliados com protagonismo na área jurídica do Congresso, que defendem o veto do
texto e são alinhados a Sergio Moro.
Segundo o blog apurou, o secretário-geral da Presidência
Jorge Oliveira tem advogado junto ao presidente pela sanção do fundo eleitoral.
O presidente Jair Bolsonaro tem até o dia 20 de janeiro para
tomar a decisão.
O fundo eleitoral, financiado com dinheiro público, foi
criado por lei em 2017, após a proibição de doações de empresas para campanhas
políticas.
O Congresso aprovou em dezembro o Orçamento com os R$ 2
bilhões propostos pelo próprio governo para o fundo. O relator do Orçamento,
deputado Domingos Neto (PSD-CE), chegou a defender um valor de R$ 3,8 bilhões,
mas optou por manter o valor sugerido pelo governo – Andréia Sadi, G1.
Carlos Magno
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