O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) afirmou nesta
quarta-feira (15) que estará alerta a possíveis perdas para a população
paraibana, em especial a de Campina Grade, com o fim das operações da Infraero,
a partir desta quinta-feira (16), na gestão do Aeroporto Presidente João
Suassuna. Segundo Veneziano, com as concessões dos aeroportos do Bloco
Nordeste, que inclui os de João Pessoa, Campina Grande, Recife, Aracajú, Maceió
e Juazeiro do Norte, Campina pode ter significativos prejuízos com a diminuição
do porte de aeronaves operantes, redução de voos e perdas para a regionalização
da aviação civil.
O aeroporto de João Pessoa movimenta 1,4 milhão de
passageiros por ano, enquanto o de Campina Grande movimenta 150 mil. Porém, com
as concessões, esses números poderão cair drasticamente, lamenta o senador.
É que a concessionária vencedora, Aena Desarrollo
Internacional, empresa pública de origem espanhola, terá que cumprir algumas
obrigações, que preveem adaptações técnicas. Dentre elas, a mudança nos tipos
de aeronaves que podem operar nos dois aeródromos paraibanos. “Vamos acompanhar
e fiscalizar os níveis de investimentos que foram feitos via contratos”, disse
Veneziano, ao lamentar também o valor irrisório que foi definido para a entrega
dessas concessões aeroportuárias.
Atualmente, segundo cadastro da Agência Nacional de Aviação
Civil – ANAC, os aeroportos de João Pessoa e Campina Grande são homologados
para garantir operações com aeronaves 4C, operadas pelas principais companhias
aéreas brasileiras (Latam e Avianca operam com o A319, A320 e A321; enquanto
que a Gol opera com o Boeing 737-800).
Contudo, destaca Veneziano, o novo operador aeroportuário
terá obrigação de adequar os aeroportos para receber aeronaves da categoria 3C
(categoria menor que a atual). “Assim, nestes aeroportos, as grandes companhias
aéreas brasileiras não terão o conforto necessário para operar com suas
aeronaves da categoria maior, a 4C”.
Retirada do ILS de Campina Grande – Outro alerta feito por
Veneziano trata do ILS, equipamento conseguido pelo então Senador Vital do Rêgo
Filho (hoje Ministro do Tribunal de Contas da União – TCU).
O ILS, equipamento de pouso por instrumento de precisão, foi
instalado no aeroporto de Campina Grande para auxiliar manobras de aeronaves em
condições adversas, mas nunca chegou a operar em sua plenitude, devido a
adequações na pista e na área de escape que nunca foram feitas.
O relato técnico a que Veneziano teve acesso informa que
poucos aeroportos no Brasil dispõem de ILS e que o de Campina Grande nunca
funcionou de forma plena por conta da “proximidade da Terminal de Passageiros
da Pista de Pouso e Decolagem e do Pátio de Aeronaves, ferindo a ‘rampa de
aproximação’ do equipamento”.
“Com a obrigatoriedade do operador aeroportuário de adequar
todo o sistema de pista e pátio para garantir apenas a operação por
instrumentos não-precisão, o aeroporto de Campina Grande corre o risco, mais
uma vez, de não garantir o funcionamento pleno deste importante equipamento,
conseguido pelo então senador Vital do Rêgo”, afirmou – Assessoria.
Carlos Magno
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