Ao analisar a recente decisão do presidente Jair Bolsonaro
de contratar militares da reserva para tentar diminuir o ‘apagão’ nos serviços
do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Brasil, o senador Veneziano
Vital do Rêgo (PSB-PB) afirmou que a quantidade insuficiente de servidores para
cumprir com todas as demandas do setor de previdência no país, pelo menos em
tempo razoável, se dá pela falta de renovação dos seus quadros efetivos,
através de concurso público.
Segundo Veneziano, há hoje dois milhões de benefícios
represados, no aguardo de terem suas solicitações aceitas, com tempo de espera
superior a 45 dias, e isso se deve não à justificativa do governo de
atualização de sistema, pois esses benefícios represados ainda se referem às
regras anteriores à Reforma da Previdência. Para ele, a solução para tal crise
se daria pela renovação dos quadros efetivos do órgão, através de certame
público.
Veneziano lembra recente coluna do jornal O Globo, assinada
pelo jornalista Bernardo Mello Franco, na qual aponta que o ministro Paulo
Guedes é o principal responsável pelo apagão do INSS. “Em junho passado, o
ministro Paulo Guedes apresentou uma fórmula mágica para reduzir gastos. Ele
informou que o governo deixaria de fazer concursos para substituir os
servidores que se aposentam. No discurso de Guedes, a medida ajudaria o governo
a equilibrar o caixa e alcançar o sonhado trilhão de reais. No mundo real, isso
produziu um colapso administrativo e ressuscitou a fila do INSS”, lembra o
jornalista.
Segundo Bernardo, só no ano passado o órgão perdeu mais de
seis mil servidores. “A debandada era prevista desde que a reforma da
Previdência começou a tramitar no Congresso. Agora a falta de quadros é usada
para justificar o apagão no atendimento. Quase dois milhões de brasileiros
esperam respostas do INSS. Além dos pedidos de aposentadoria, estão parados
processos de auxílio-doença, licença-maternidade e benefício de prestação
continuada. Ontem Jair Bolsonaro anunciou a convocação de militares da reserva,
que receberão adicional de 30%. Além de não resolver o problema, o presidente
vai aproveitar a crise para fazer outro agrado à sua base eleitoral”, pontua o
colunista – Assessoria.
Carlos Magno
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