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09/03/2020

Vereador ri e manda beijinho ao ser preso: “ele é debochado, trata com desprezo a coisa pública”, diz delegado


Um vereador foi preso suspeito de praticar o crime conhecido como "rachadinha", no qual um servidor público indicado por ele é obrigado a lhe repassar parte do salário. Logo após ser detido e colocado no carro da polícia, Rafael Barbosa de Sousa (PRP), conhecido como Rafael Modas, sorri, manda beijinhos e diz:

 

"Daqui a pouco mais notícias da minha inocência", disse o parlamentar.

 

O advogado de Rafael, Rafael Borges da Cruz, negou as acusações feitas ao seu cliente e disse que a prisão foi ilegal. Além disso, afirmou que o parlamentar não agiu em tom de deboche, mas sim porque foi provocado por adversários políticos.



 

Rafael foi preso em flagrante na quinta-feira (5), em uma praça em frente à prefeitura. Quando a reportagem foi publicada, às 8h40 desta sexta-feira (6), ele seguia detido. De acordo com a defesa, foi obtido um habeas corpus, ocasionando a liberação de Rafael por volta das 10h.

 

Segundo o delegado Tiago Junqueira, responsável pelo caso, ao ser abordado, o vereador negou o crime.

 

"Nós recebemos uma denúncia e começamos a monitorar. A gente conversou com o servidor, que confessou e indicou que iria repassar naquele dia. Fizemos o flagrante quando ele pegou o dinheiro. Na hora, o vereador afirmou que estava recebendo um empréstimo que havia feito, mas não conseguiu comprovar essa situação", disse o delegado ao G1.

 

Ainda conforme Junqueira, o servidor comissionado foi indicado por Rafael e recebia R$ 2,4 mil, dos quais, R$ 1,4 mil tinham de ser repassados para o parlamentar.

 

O responsável pelo caso criticou a atitude do vereador após a prisão, classificando-a como "deboche".

 

"Ele é debochado. Trata com descaso a coisa pública. Está sendo acusado de um crime contra a administração pública e debocha da população", condena.

 

O delegado informou que após a prisão, Rafael passou por audiência de custódia, na qual foi arbitrada fiança de 25 salários mínimos. Porém, como não pagou, a detenção foi mantida até a emissão do habeas corpus.

 

A prática da "rachadinha" se enquadra no crime de concussão, quando o funcionário público obtém vantagem indevida. A pena em caso de condenação varia de 2 a 12 anos.

 

Advogado nega


O advogado de Rafael explicou a reação do vereador ao ser levado para a delegacia. "Ele estava sendo preso e alguns adversários políticos estavam soltando fogos de artifício do lado de fora. Ele não estava agindo em tom de deboche com a população nem com seus eleitores. Ele estava reagindo a uma provocação", afirmou.

 

Em nota, a Câmara Municipal de Firminópolis informou estar "estarrecida" com a prisão e informou que irá entrar com um processo de cassação contra o vereador – G1.

 

Carlos Magno

 

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