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21/03/2020

Deputado que ingressou com pedido de impeachment de Bolsonaro já recebeu mais de 15 mil ataques nas redes sociais


Formado em sociologia pela UnB, o deputado distrital Leandro Grass, de 34 anos, passou de político desconhecido a assunto nacional. Ele protocolou na terça, 17, um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O efeito foi imediato. Grass recebeu mais de 15 000 ataques em redes sociais, ainda não falou sobre o assunto com Rodrigo Maia e avalia que terá adesão da sociedade e do mercado.

 

Por que o senhor decidiu protocolar o impeachment de Jair Bolsonaro?

 

Era algo que vinha sendo discutido há tempos dentro do partido, a Rede, mas que se fez necessário principalmente após o episódio de domingo, 15. O presidente Jair Bolsonaro convocou uma manifestação contra o Congresso e o STF e, além desse ato não ter amparo em lei, ele próprio foi à manifestação sabendo da pandemia do coronavírus. Eu informei sobre minha decisão ao partido, que comunicou os diretórios estaduais.



 

O senhor chegou a falar com o Rodrigo Maia sobre o pedido?

 

Não. Ontem, mandei mensagem e liguei, mas ele não retornou. A agenda dele nesses dias está atribulada. Espero em breve conversar com ele. O meu desejo é que o impeachment aconteça o mais breve possível, que o Maia acate e coloque os trâmites em andamento.

 

O Brasil passou por um impeachment há pouco tempo. O país aguentaria mais um processo desses?

 

Eu não apoiei o governo de Dilma Rousseff, mas tampouco aderi ao impeachment. O argumento da pedalada fiscal não se sustenta. Esse mesmo recurso havia sido usado por outros políticos. De todo modo, um argumento da época era que a saída de Dilma seria alavancaria a economia. Não foi verdade. Não vimos as reformas serem feitas, estamos em colapso neste exato momento. O governo Jair Bolsonaro não apoia as reformas, sobretudo a tributária. Sabe que ela atacaria as classes mais ricas, que neste momento foram a sua base de apoio.

 

O impeachment encontraria apoio da sociedade?

 

A sociedade não aguenta um presidente que viola regras básicas. Sabemos com o processo de impeachment é um ato político também, mas vejo o mercado bem insatisfeito com Bolsonaro. O câmbio está alto, a economia está ruim e agora o coronavírus deve agravar ainda mais as coisas. O Brasil não pode esperar nada de um governante que desacredita nas instituições e afronta a democracia. Há alguns ministros bons trabalhando, como o Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura). Mas daí o presidente vem e boicota o Mandetta justamente durante a crise do coronavírus.

 

O senhor tem sido atacado após ter protocolado o impeachment?

 

Existe um exército de apoiadores que atacam com virulência. Recebi cerca de 15.000 mensagens de ataques, algumas falando para eu não sair na rua e ameaçando minha integridade física, após o deputado Eduardo Bolsonaro postar sobre o pedido do Twitter dele. Estou selecionando as ameaças e farei um boletim de ocorrência.

 

A Marina Silva, principal nome da Rede, apoiou o seu pedido?

 

Eu ainda não falei com ela, mas a Marina tem sido contundente nas críticas ao Governo Federal sobretudo na questão dos desmandos das políticas ambientais. Não concordo com quem diz que ela fica alheia. A Marina tem sido muito participativa da vida pública – Veja.

 

Carlos Magno

 

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