O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou, nesta quinta-feira (30/4), que o ex-ministro da Justiça
Sergio Moro preste depoimento à Polícia Federal em no máximo cinco dias. Moro
deverá detalhar as acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro ao
deixar o governo.
Mello atendeu a um pedido de parlamentares que solicitaram
urgência no depoimento. Ao pedir demissão, Moro acusou Bolsonaro de tentar
interferir na PF por razões políticas e disse que o presidente tentou obter
acesso a relatórios de inteligência sobre investigações em andamento na
corporação.
Na decisão, o ministro do STF cita as declarações de Moro
que apontam crimes de Bolsonaro no exercício do cargo. "Em atenção à
petição protocolada nesta Corte, e considerando as razões de urgência nela
invocadas pelos Senhores congressistas, determino, não obstante os autos
estejam na douta Procuradoria-Geral da República, seja intimado, desde logo, para
inquirição, o Senhor Sérgio Fernando Moro, em ordem a que possa apresentar
“(...) manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição
de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em
questão", determinou.
"A diligência ora determinada deverá ser efetuada pela
Polícia Federal, no prazo de 05 (cinco) dias, consideradas as razões invocadas
pelos Senhores parlamentares que subscrevem, juntamente com seus ilustres
Advogados, a petição a que anteriormente me referi", completou Celso de
Mello.
Moro diz ter provas
Mais cedo, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que
não vai admitir ser chamado de mentiroso e que vai apresentar à Justiça provas
de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir indevidamente na Polícia
Federal. A declaração foi dada em entrevista à revista Veja.
Ele aproveitou para enfatizar que reitera tudo que falou em
seu pronunciamento, mas que esclarecimentos adicionais serão dados apenas
quando for chamado pela Justiça. "As provas serão apresentadas em momento
oportuno, quando a Justiça solicitar", afirmou.
Moro também contou que o presidente anunciou que vai
divulgar um "vídeo-bomba" contra ele, mas disse não saber o que o
vídeo poderia conter – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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