O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro,
vai prestar depoimento neste sábado (2) na Polícia Federal, em Curitiba (PR).
Moro será questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro
tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares.
As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele
anunciou sua saída do governo, há uma semana.
O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que preside a investigação.
Nesta quinta-feira (30) Celso de Mello determinou que Moro
fosse ouvido em 5 dias, atendendo a pedido de parlamentares. O prazo anterior
dado pelo ministro era de 60 dias.
O inquérito foi autorizado pelo STF e vai investigar se as
acusações de Moro são verdadeiras. Se não forem, o ex-ministro poderá responder
na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Acusações de Moro
Mensagens trocadas pelo ex-ministro e reveladas pelo Jornal
Nacional mostram que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) tentou
convencer Moro a permanecer no cargo, em meio à polêmica envolvendo a troca de
comando da Polícia Federal.
A parlamentar se ofereceu para tentar convencer o presidente
da República a indicá-lo para uma vaga de ministro do STF. Moro deixou o
governo após Bolsonaro ter demitido o delegado Maurício Valeixo do comando da
PF.
O pedido de redução do prazo para que Moro fosse ouvido foi
enviado ao STF na tarde de quinta-feira (30) por três parlamentares: o senador
Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe
Rigoni (PSB-ES).
“A gravidade das acusações dirigidas ao presidente da
República, em nosso entendimento, somada à grave crise política pela qual
atravessa o país, leva a crer que o prazo de 60 (sessenta) dias para a
realização da diligência em tela pode se demonstrar excessivo, mormente porque
o prolongamento da crise política resulta em prejuízos para o combate às
concomitantes crises na Saúde e na Economia. Nesse sentido, a elasticidade do
prazo concedido pode redundar em iminente risco de perecimento das provas”,
argumentaram os congressistas – G1.
Carlos Magno
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