O presidente Jair Bolsonaro atravessou a Praça dos Três
Poderes em Brasília a pé nesta quinta-feira (7) para se dirigir ao Supremo
Tribunal Federal (STF).
Acompanhado de ministros e empresários, Bolsonaro se reuniu
com o presidente do tribunal, Dias Toffoli, e fez um apelo para que as medidas
restritivas nos estados sejam amenizadas.
A ida do presidente ao STF não estava prevista na agenda
oficial, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social. Procurada, a
assessoria do STF informou que o encontro com Toffoli foi marcado de última
hora e também não estava previsto na agenda do ministro.
Bolsonaro permaneceu no STF por cerca de 50 minutos. No
encontro, disse que assinará um decreto para ampliar a quantidade de atividades
essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus (saiba mais abaixo o que o
presidente disse no discurso).
Travessia a pé
O presidente estava acompanhado de empresários e ministros,
entre os quais Walter Souza Braga Netto (Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva
(Defesa) e Paulo Guedes (Economia). Antes de entrar no STF, Guedes disse que o
presidente faria uma "visita de cortesia".
Parlamentares também acompanharam Bolsonaro, entre os quais
o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República,
e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ).
O presidente estava com máscara e a maioria das pessoas que
o acompanhava também, mas algumas, não.
Discurso
Durante o encontro com Toffoli, Bolsonaro fez uma
transmissão ao vivo em uma rede social.
Em um breve discurso na reunião, o presidente disse que a
crise provocada pelo coronavírus levou "aflições" a empresários em
razão do desemprego e da economia "não mais funcionar".
Ainda no discurso, Bolsonaro disse que o efeito colateral do
combate ao coronavírus "não pode ser mais danoso que a própria
doença". O presidente tem comparado o Brasil a um paciente com "duas
doenças", que, na opinião dele, são na saúde e na economia.
"O objetivo da nossa vinda aqui, nós sabemos do
problema do vírus, que devemos ter todo cuidado possível, preservar vidas, em
especial daqueles mais em risco, mas temos um problema que vem cada vez mais
nos preocupando: os empresários trouxeram essas aflições, a questão do
desemprego, a questão da economia não mais funcionar. O efeito colateral do
combate ao vírus não pode ser mais danoso que a própria doença", declarou.
Segundo o presidente, os empresários querem que o STF ouça
deles o que está acontecendo.
Bolsonaro disse também que o grupo de empresários levado por
ele ao Supremo está preocupado com um eventual colapso da economia.
"Chegou a um ponto que a economia fica muito difícil de
recuperar. Nós, chefe de poderes, temos que decidir. O Toffoli sabe que, ao
tomar decisão, de um lado ou de outro, vai sofrer critica", disse
Bolsonaro.
Toffoli
Também no encontro, Toffoli afirmou que governo e
empresários levaram ao STF necessidade de planejamento para retomada da
atividade econômica.
O ministro também disse que é preciso coordenação nesta
tarefa por meio do governo federal, em diálogo com poderes, estados e
municípios.
Toffoli declarou ainda que as pessoas demonstram desejo de
sair de casa, porém "tem que ter essa saída de uma forma coordenada".
Ele repetiu a necessidade de conversa com da União com estados – G1.
Carlos Magno
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