O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, propôs que as universidades
e institutos federais ampliem suas políticas de cotas destinadas a alunos
oriundos de escolas públicas, como forma de reduzir a desigualdade causada pela
falta de acesso às aulas online durante a pandemia do novo coronavírus.
Durante um bate-papo online com o empresário Chaim Zaher,
presidente do grupo SEB, e o diretor-geral da Rede AZ, Felipe Sundim, Lopes
afirmou que, ao contrário do que defendem parlamentares, especialistas e
secretários de educação, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
não é a melhor forma de mitigar os danos pedagógicos da quarentena.
“Um mês é suficiente para recuperar esse tempo em que os
alunos não tiveram aula? Porque o aluno da escola privada vai ter mais tempo
para estudar. Simplesmente adiar a prova não vai compensar esse prejuízo”,
explicou ele.
Durante a transmissão, foi descartada, mais uma vez, a
possibilidade de cancelamento do exame. “Pense com carinho que eu tenho certeza
que o senhor vai ajudar muito [com o adiamento]. De repente pode até cancelar,
a China cancelou o maior vestibular deles”, sugeriu Zaher, na conversa.
Lopes retrucou pontuando que “praticamente 50% dos alunos
que estão no ensino superior do país dependem do ProUni, do Fies ou estudam em
universidades públicas”. “Se não tiver o Enem não tem nada disso”, disse. Além
da ampliação temporária das cotas, o presidente do Inep disse que o Ministério
da Educação (MEC) pode solicitar ao Congresso um orçamento maior para destinar
às bolsas do ProUni – Veja.
Carlos Magno
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