Um dos primeiros nomeados pela secretária nacional de
Cultura do governo federal, Regina Duarte, foi exonerado do cargo nesta
sexta-feira (15).
Edição Extra do "Diário Oficial da União" traz a
exoneração de Pedro José Vilar Godoy Horta do cargo de secretário especial
adjunto da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Cidadania.
A exoneração foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil,
Braga Netto. Ainda não foi escolhido um substituto.
No início de março, Regina Duarte nomeou os primeiros integrantes
de sua equipe, entre eles o advogado Pedro Machado Mastrobuono, que assumiu a
presidência do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e Godoy Horta, que
passou a chefiar o gabinete dela.
Na ocasião, Regina também nomeou, como secretário de
Economia Criativa, o professor de gestão cultural Aldo Luiz Valentim; a chefe
da Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual , Alessandra da
Silva Martins; e o chefe da Secretaria de Difusão e Infraestrutura Cultural,
Caio Fagundes Kitade.
Regina Duarte ainda não comentou a decisão do governo.
Criticada por
personalidades
Regina Duarte vem sendo criticada por suas declarações. Mais
de 500 personalidades assinaram um manifesto em repúdio às recentes falas da
secretária nacional de Cultura. Entre os signários, estão os atores Cauã
Reymond, Adriana Esteves, Alice Wegmann, Malu Mader e Drica Moraes; os
compositores e cantores Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Lulu Santos e Chico
Buarque; os diretores Anna Muylaert, Cao Hamburger e Fernando Meirelles; os jornalistas
Edney Silvestre e Juca Kfouri; e os apresentadores Fábio Porchat e Gregorio
Duvivier.
O grupo criticou a postura de Regina Duarte durante
entrevista à CNN Brasil. Quando confrontada sobre o apoio do presidente Jair
Bolsonaro à ditadura militar, ela cantou um trecho da música "Para frente,
Brasil", símbolo do período de repressão, e também minimizou o impacto da
pandemia da Covid-19.
Encontro com
Bolsonaro
Nos bastidores, há quem defenda a tese de que o presidente
Jair Bolsonaro pode demitir Regina Duarte ou trabalhe para que ela peça
demissão. No início de maio, Bolsonaro recebeu a secretária da Cultura para uma
reunião no Palácio do Planalto.
A reunião se deu um dia após o governo reconduzir o maestro
Dante Mantovani para a presidência da Funarte (Fundação Nacional de Artes) e,
horas depois, anular a nomeação. O nome de Mantovani se tornou conhecido por
causa de um vídeo em que ele associou o rock ao satanismo – G1.
Carlos Magno
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