O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 28,
que o inquérito das fake news "não tem base legal nenhuma" e é
"inconstitucional". Em transmissão ao vivo no Facebook, o mandatário
criticou a ação de buscas e apreensão da Polícia Federal na última terça, 27,
que mirou nomes ligados ao "gabinete do ódio" e seus aliados.
"Estou chateado com o inquérito, sim. É um inquérito que não tem base
legal nenhuma, é inconstitucional."
Bolsonaro afirmou ainda que os alvos de busca e apreensão da
PF são "pessoas de bem" e que apoiam o seu mandato. "São
conservadores, respeitam a família, são armamentistas, defendem o livre
mercado, são pessoas normais", disse o presidente, acrescentando que
desconhece qualquer uma que tenha uma vida pregressa que comprometa.
O presidente classificou o dia da operação como
"triste" para todos aqueles que amam a liberdade de imprensa e lutam
por um País democrático.
O inquérito das Fake News foi aberto em março do ano passado
para apurar ameaças, ofensas e fake news disparadas contra os integrantes do
Supremo e seus familiares.
Na operação da última terça-feira, o ministro Alexandre de
Moraes determinou a oitiva de oito deputados, a quebra do sigilo bancário e
fiscal dos supostos financiadores do esquema de disseminação de "notícias
falsas" e ainda o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão no
Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa
Catarina.
Entre os alvos de buscas estão Roberto Jefferson Monteiro
Francisco,ex-deputado e presidente do PTB; preso no mensalão e hoje aliado do
presidente, e Luciano Hang – empresário bolsonarista dono das lojas Havan.
Vaga no Supremo
Bolsonaro afirmou que o nome do procurador-geral da
República, Augusto Aras, não está previsto para as duas próximas vagas que vão
abrir no STF. "Tem uma vaga prevista para novembro e outra pro ano que
vem. O Aras, nessas duas vagas, não está previsto", disse o presidente.
Porém, se aparecer uma terceira vaga para a Corte, o presidente afirmou que o
nome de Aras "entra fortemente".
A primeira vaga aberta será a do ministro Celso de Mello,
que se aposenta em novembro aos 75 anos, idade da aposentadoria compulsória. Em
2021 será a vez do ministro Marco Aurélio Mello, que completa 75 anos em julho.
O presidente disse que um dos indicados para o STF será
evangélico, pois há um "compromisso" dele com a banca."Uma
pitada de religiosidade de cristianismo é muito bem-vindo", afirmou –
Estadão.
Carlos Magno
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