A Secretaria do Tesouro Nacional informou na última
quarta-feira (27) que o governo busca empréstimos em organismos internacionais
que somam US$ 3,35 bilhões e € 550 milhões, totalizando cerca de US$ 4 bilhões.
Segundo o Tesouro, os recursos serão usados para pagar:
- auxílio emergencial de R$ 600;
- programa de manutenção do emprego e renda;
- seguro-desemprego;
- Bolsa Família.
Juntas, essas despesas somam, até o momento, R$ 222,8
bilhões. Com o dólar a R$ 5,28 na tarde desta quarta-feira, os empréstimos
buscados pelo governo somam cerca de R$ 21 bilhões.
Segundo o governo, a operação de empréstimo, já aprovada
pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), envolve quatro organismos
multilaterais e duas agências de desenvolvimento:
- Agência Francesa de Desenvolvimento;
- Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);
- Banco Mundial (Bird);
- Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF);
- Banco de desenvolvimento alemão (KfW);
- Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – o banco do Brics.
"Os organismos multilaterais, em geral, tendem a
financiar mais investimentos. Entretanto, dada a pandemia, abriram linhas
especiais para financiar despesas relacionadas ao enfrentamento da pandemia em
todo o mundo", afirmou Márcia Tapajós, coordenadora-geral de Controle e
Pagamento da Dívida Pública Federal.
Juros mais baixos
O Tesouro informou que, apesar da queda na procura por
títulos públicos em março e em abril, a operação não representa dificuldade por
parte do governo em buscar recursos no mercado, isto é, por meio da emissão da
dívida pública interna.
O objetivo, ainda de acordo com a instituição, seria
economizar, visto que essas operações teriam juros mais baixos do que os
cobrados por instituições financeiras, fundos de investimento e de previdência
na compra de títulos no mercado interno.
"Não há nenhuma dificuldade de financiamento da dívida
no mercado doméstico. A operação com multilaterais, de US$ 3,35 bilhões e de
550 milhões de euros, contribui para fortalecer o caixa do Tesouro com custos
abaixo do custo de captação do Tesouro e com prazos de até 30 anos",
afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luis
Felipe Vital Nunes Pereira.
Questionado por que o governo brasileiro não vende reservas
internacionais para custear os gastos com os programas, o Tesouro respondeu que
"questões sobre reservas internacionais devem ser encaminhadas ao Banco
Central, a quem cabe responder sobre o assunto" – G1.
Carlos Magno
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