Empossado nesta terça-feira presidente do Banco do Nordeste
, Alexandre Borges Cabral deve ser exonerado do cargo e um novo nome deve ser
indicado pelo PL, partido de Valdemar Costa Neto , condenado no mensalão, e que
compõe o centrão, nova base de apoio do governo no Congresso. Até a análise de
um novo nome, um dos diretores deve assumir interinamente o banco.
A possibilidade de exonerar Alexandre Cabral , empossado
ontem, surgiu após a revelação de que o Tribunal de Contas da União (TCU) apura
suspeitas de irregularidades em contratações quando Cabral presidia a Casa da
Moeda , em 2018. O prejuízo é estimado em ao menos R$ 2,2 bilhões. A informação
foi revelada pelo jornal "Estado de S.Paulo" e confirmada pelo O
GLOBO.
Cabral assumiu o comando da Casa da Moeda entre 2016 e 2019.
As investigações do TCU apontam que as irregularidades encontradas começaram em
2005 e se arrastaram até 2019, passando pelo período em que Cabral esteve à
frente da Casa. São investigadas fraudes e direcionamento de licitações com as
empresas Sicpa e Ceptis em valores que podem chegar a R$ 11 bilhões.
Fontes do governo negam que o Alexandre Cabral tenha sido
indicado pelo Centrão, mas um novo nome de Valdemar da Costa Neto deve ser
analisado e nomeado nas próximas semanas. Na semana passada, Bolsonaro admitiu
estar negociando cargos com os partidos, mas negou que tivesse oferecido a
políticos o comando de “estatais ou bancos oficiais”.
As indicações políticas fazem parte da nova estratégia do
governo de montar uma base sólida de deputados e senadores no Congresso para
aprovar propostas importantes do governo e evitar até mesmo que temas polêmicos
- como até mesmo um eventual pedido de impeachment - entrem em discussão nas
Casas.
Bolsonaro admitiu na semana passada que o governo está
entregando cargos para indicados do Centrão e disse que as conversas com os
partidos passam também por possíveis alianças na eleição de 2022. O presidente
afirmou que os parlamentares se sentem "prestigiados" com as
indicações e acrescentou que os deputados, muitas vezes, querem dizer que são
os "donos" de determinadas obras.
"Temos que ter agenda positiva para o Brasil e temos
que conversar com partidos de centro também. Conduzi a conversa ao longo dos
dois últimos meses. Conversei com praticamente todos presidentes e líderes de
partidos. Sim, alguns querem cargos, não vou negar. Alguns, não são todos. Mas,
em nenhum momento, oferecemos ou pediram ministérios, estatais ou bancos
oficiais. Pega o Ministério do Desenvolvimento Regional (o Dnocs está vinculado
à pasta), que tem estrutura gigantesca, que em grande parte tem atuação no
Nordeste. Tem cargo na ponta da linha, segundo ou terceiro escalão que estava
na mão de pessoas que são de governos anteriores ao Temer. Trocamos alguns
cargos nesse sentido. Atendemos, sim, a alguns partidos nesse sentido (de
cargos)", disse o presidente, durante uma transmissão ao vivo – Último
Segundo.
Carlos Magno
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