A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta
quarta-feira (3), que vai retomar os testes com a hidroxicloroquina.
Os testes haviam sido suspensos no dia 25 de maio, depois de
um estudo, publicado na revista científica "The Lancet", que indicava
não haver benefícios no uso da substância para a Covid-19. A pesquisa também
apontava um risco de arritmia cardíaca nos pacientes que usaram o remédio.
Mas, na terça (2), a revista publicou uma "manifestação
de preocupação" com os dados usados no estudo. Informou, ainda, que uma
auditoria está em andamento.
Ao anunciar a retomada dos testes, o diretor-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o quadro executivo dos ensaios
Solidariedade, coordenados pela entidade, decidiu continuar a pesquisa com a
hidroxicloroquina com base nas informações sobre mortalidade existentes.
"O comitê de segurança e monitoramento de dados dos
ensaios Solidariedade revisou os dados. Com base nos dados sobre mortalidade
disponíveis, os membros do comitê decidiram que não há motivo para modificar o
protocolo do ensaio", disse Tedros.
"O grupo executivo recebeu essa recomendação e endossou
a continuidade de todos os braços do ensaio Solidariedade, incluindo
hidroxicloroquina", declarou.
Em testes
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, explicou que a
decisão de suspender os testes com a hidroxicloroquina foi baseada em
relatórios que falavam em uma maior mortalidade nos pacientes que usavam a
substância quando comparados àqueles que não a usavam.
"Nós tomamos a decisão de proteger a segurança dos
participantes no ensaio, por precaução, enquanto olhávamos para os nossos dados
e enquanto outros ensaios em andamento com a hidroxicloroquina, como o
Recovery, no Reino Unido, olhavam para os dados deles – que é uma base de dados
bem substancial, de 11 mil pacientes", explicou Swaminathan.
"Nós estamos agora bem confiantes, não tendo visto
nenhuma diferença em mortalidade – o comitê de monitoramento de segurança de
dados tanto do Solidariedade como do Recovery recomendaram que o ensaio pode
continuar", explicou Swaminathan.
"Ainda estamos falando de um ensaio clínico, que está
testando a segurança e a eficácia dessa droga em pacientes que estão internados
com Covid", lembrou a cientista.
Ela explicou que, no caso dos ensaios clínicos, cada um
deles tem comitês de monitoramento e outras equipes que decidem sobre ele de
forma específica.
"E isso é muito diferente de fazer uma recomendação
para o uso da hidroxicloroquina ou qualquer outra droga para tratamento ou
prevenção" afirmou.
"Esperamos que os ensaios que estão acontecendo
continuem até que tenhamos respostas definitivas, porque é disso que o mundo
precisa hoje, sobre se uma droga funciona ou não. E isso só pode ser feito por
meio de ensaios randomizados bem feitos e bem conduzidos", disse.
"Encorajamos os outros ensaios a continuar – claro,
cada um deles sendo monitorado pelos seus próprios comitês, por segurança,
periodicamente – e é isso que nós faremos. É possível que, no futuro, façamos
outras mudanças nos ensaios", afirmou Swaminathan – Bem Estar.
Carlos Magno
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