O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre
Moraes disse que há fortes indícios de existir uma organização criminosa por
trás de manifestações com pautas contra o Congresso Nacional e a Corte.
A afirmação está na decisão que autorizou buscas contra
bolsonaristas e quebra de sigilos. A determinação foi tornada pública nesta 2ª
feira (22.jun.2020). Leia a íntegra (244 kb).
Diante de suspeitas em relação ao financiamento dos atos,
Moraes permitiu a realização das diligências. De acordo com ele, direitos
individuais não podem ser usados como “verdadeiro escudo” para a prática de
atividades ilícitas.
O ministro afirmou que havia indício de uma potencial rede
estruturada de comunicação virtual voltada à sectarização da política e à
desestabilização do regime democrático com o objetivo de obter ganhos
econômicos diretos e políticos indiretos.
“Os direitos e garantias individuais, consequentemente, não
são absolutos e ilimitados, uma vez que encontram seus limites nos demais
direitos igualmente consagrados pela Carta Magna”, afirmou Moraes em seu
despacho.
Para o ministro, no “ecossistema de redes sociais e
propagação de ideias de mobilização social e realização de manifestações
ostensivas nas ruas, há participação de parlamentares tanto na expressão e
formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no
convívio e financiamento de profissionais na área”.
“Na parte visível de toda essa organização há militantes, há
políticos, há organização, há recursos financeiros. Há também direitos.
Todavia, potencialmente pode haver abusos e crimes que precisam ser apurados a
partir do esclarecimento do modo de funcionamento estruturado e economicamente
rentável de uma escalada de organização e agrupamento com pretensões aparentes
de execução de ações contra a ordem constitucional”, acrescenta o ministro.
O inquérito aberto a pedido da PGR (Procuradoria Geral da
República) para apurar suposto financiamento dos atos está em segredo de
Justiça. Acompanhe o andamento aqui.
Busca e apreensão
Em 27 de maio de 2020, o ministro determinou que os dados
bancários dos investigados do período de 19 de abril de 2019 a 3 de maio de
2020 sejam compartilhados com a Receita Federal, a fim de que sejam comparados
com os valores das declarações de rendimentos para compor relatórios de
análises fiscais.
Eis os congressistas alvos da decisão:
Daniel Silveira (PSL-RJ);
Junio Amaral (PSL-MG);
Otoni de Paula (PSC-RJ);
Carolina de Toni (PSL-SC);
Carla Zambelli (PSL-SP);
Alê Silva (PSL-MG);
Bia Kicis (PSL-DF);
General Girão (PSL-RN);
Guiga Peixoto (PSL-SP);
Aline Sleutjes (PSL-PR);
Senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ)
Com informações do site Poder 360.
Carlos Magno
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