Fabrício Queiroz teve seu perfil fotografado no final da
manhã desta terça-feira, no presídio Bangu 8, cinco dias após O GLOBO noticiar
que ele deu entrada na penitenciária sem tirar foto. Abatido, o ex-assessor do
então deputado estadual Flávio Bolsonaro, reclamou de ter que usar o uniforme
da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Servidores que estavam no
local no momento do registro contaram que o policial militar reformado “ficou
constrangido ao ter que ir tirar a fotografia”.
— Só depois que matéria foi ao ar que resolveram fichá-lo —
contou um servidor da Seap ao GLOBO.
Durante dois dias, Queiroz se recusou a comer na cadeira. Na
quinta e na sexta o agora presidiário recusou café, almoço e jantar.
Para colegas de cela, ele disse que está preocupado e com
medo de sua esposa ser presa.
— A todo tempo ele está cabisbaixo. Tem se mostrado muito
abatido, assustado e com muito receio de a esposa ser presa — destacou o
servidor de Bangu 8.
De acordo com o agente, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro
tem acompanhado tudo pela televisão.
Queiroz ocupa uma cela com seis metros quadrados com uma
cama, chuveiro, vaso sanitário e pia na Cadeia Pública Pedrolino Werling de
Oliveira, dentro do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Na
cela do ex-assessor, não há TV. O ex-PM possui direito a banho de sol durante
duas horas por dia num pequeno pátio.
Isolado por prevenção à Covid-19, Queiroz tem permanecido em
silêncio na prisão e um dos raros momentos de interação nos últimos dias foi
quando pediu um livro de autoajuda para Wilson Carlos, ex-secretário de Sérgio
Cabral e operador do esquema de propinas do governo do estado.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é atualmente vizinho de
cela do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Carlos se tornou o organizador da
biblioteca de Bangu 8 depois que o ex-deputado Edson Albertassi montou uma
biblioteca no local, antes de ir para prisão domiciliar há dois anos.
Desse modo, o ex-secretário de Cabral costuma passar pelas
celas perguntando o que cada um dos detentos quer ler. Foi então que Queiroz
pediu um título de autoajuda – Extra.
Carlos Magno
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