Ao contrário do que consta em seu currículo Lattes, o
ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que assumiu a pasta na última
quinta-feira 25, não possui pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na
Alemanha. Decotelli passou pela instituição em 2016 como pesquisador, mas não
obteve nenhum título no local. Confira, abaixo, a íntegra da nota enviada pela universidade
a VEJA.
“Carlos Decotelli veio ocupar a cadeira da Prof. Dra.
Brigitte Wolf para uma estadia de pesquisa de três meses em 2 de janeiro de
2016. Até 2017, ela foi professora de teoria do design, foco: metodologia,
planejamento, estratégia na Universidade de Wuppertal e agora é emérita. Ele
não adquiriu um título em nossa universidade. A Universidade de Wuppertal não
pode fazer declarações sobre títulos adquiridos no Brasil”, diz o texto.
No dia seguinte à sua nomeação, o ministro da Educação alterou
seu currículo Lattes após o reitor da Universidade de Rosário, na Argentina,
Franco Bartolacci, afirmar que Decotelli, na verdade, não chegou a defender a
tese de doutorado. O Ministério da Educação (MEC), entretanto, divulgou um
certificado de que o atual chefe da pasta completou os créditos necessários
para a obtenção do título de doutor.
Decotelli também foi acusado de plágio em sua dissertação de
mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O texto possui trechos idênticos a
um relatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em nota, o MEC afirmou
que o ministro vai revisar o trabalho. O titular da Educação negou “dolo”, mas
admitiu que podem ter ocorrido eventuais “falhas técnicas ou metodológica” –
Veja.
Carlos Magno
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