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08/07/2020

Fundador da Ricardo Eletro é preso em operação contra sonegação fiscal; empresa teria sonegado R$ 400 milhões em impostos


O empresário Ricardo Nunes foi preso na manhã desta quarta, 8, em São Paulo em operação deflagrada por força-tarefa montada pela Polícia Civil de Minas Gerais, Secretaria de Estado da Fazenda e o Ministério Público contra a rede varejista que fundou, a Ricardo Eletro, uma das maiores do País.

 

Há indícios de que a cadeia de lojas, que atua no setor de eletrodomésticos, tenha sonegado ao longo de cinco anos cerca de R$ 400 milhões em impostos. Estão sendo cumpridos três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão na capital, em Contagem e Nova Lima, na Região Metropolitana, e em São Paulo e Santo André. As autoridades tentam a transferência do empresário ainda hoje para Belo Horizonte.



 

Segundo as investigações, os impostos eram cobrados dos consumidores mas não eram repassados ao Fisco. De acordo com informações do Ministério Público, o valor de R$ 400 milhões é correspondente ao Estado de Minas Gerais. Há, no entanto, dívidas "vultosas", conforme a promotoria, em "praticamente todos os estados onde possui filiais".

 

Além dos mandados de prisão e busca, a Justiça determinou ainda o sequestro de bens avaliados em cerca de R$ 60 milhões "com a finalidade de ressarcir o dano causado ao Estado de Minas Gerais".

 

A promotoria afirma que a investigação "ganhou força após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de novembro de 2019, que definiu como crime a apropriação de ICMS cobrado de consumidores em geral e não repassados ao Estado" .

 

Ainda conforme informações do MP, a empresa está em recuperação extrajudicial e não tem condições de arcar com suas dívidas. "Em contrapartida, o principal dono do negócio possui dezenas de imóveis, participações em shoppings na região metropolitana de Belo Horizonte e fazendas. Os bens imóveis não se encontram registrados em nome do investigado, mas de suas filhas, mãe e até de um irmão, que também são alvos da operação de hoje", diz a promotoria.

 

As investigações apontaram que "o crescimento vertiginoso do patrimônio individual do principal sócio ocorreu na mesma época em que os crimes tributários eram praticados, o que caracteriza, segundo a Força-Tarefa, crime de lavagem de dinheiro". A operação conta com a participação de três promotores de Justiça, 60 auditores-fiscais da Receita estadual, quatro delegados e 55 investigadores da Polícia Civil. A reportagem tenta contato com a defesa da Ricardo Eletro e da família que comanda a empresa – Estadão.

 

Carlos Magno

 

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