Duas pessoas ligadas ao MBL (Movimento Brasil Livre) foram
presas na manhã desta 6ª feira (10.jul.2020). Alessander Monaco Ferreira e
Carlos Augusto são investigados por desviar mais de R$ 400 milhões de empresas.
A operação Juno Moneta foi realizada pela Polícia Civil, Ministério Público
Estadual e Receita Federal.
Segundo nota do MP (leia a íntegra no fim deste post),
Carlos Augusto e Alessander Monaco são investigados por lavagem de dinheiro e
ocultação de patrimônio. São cumpridos, além dos 2 mandados de prisão, 6 de
buscas e apreensão na cidade de São Paulo e em Bragança Paulista, interior do
Estado. Um dos mandados de busca ocorre na sede do MBL, na Vila Mariana, Zona
Sul de São Paulo.
A operação foi às ruas com 35 policiais civis do Dope
(Departamento de Operações Policiais Estratégicas) e 16 viaturas.
Ao Poder360, o deputado Kim Kataguiri afirmou que os alvos
da operação não são integrantes do MBL. “O que aconteceu foi uma confusão
causada por uma notícia errônea, veiculada por 1 portal”, disse. “Carlos
Augusto tinha 1 blog e participava como comentarista no MBL. O Alessander
Monaco mandava perguntas ao programa MBL News” afirmou Kim.
O MP também diz que o MBL recebia “doações de forma
suspeita” por meio de “cifras ocultas” em uma “confusão jurídica empresarial”
com o MRL (Movimento Renovação Liberal).
De acordo com Kim, “não existe nenhuma empresa do MBL, o que
existe é uma empresa, que é a pessoa pessoa jurídica, e uma marca MBL”.
Leia a íntegra da
nota do Ministério Público
“NOTA À IMPRENSA – Operação Juno Moneta
Nos Autos de Procedimentos Cautelares Criminais, na data de
hoje foram cumpridos mandados de busca e apreensões e duas prisões temporárias
de 5 dias em relação a pessoas e empresas ligadas ao MBL (Movimento Brasil
Livre) e MRL (Movimento Renovação Liberal) pelo Ministério Público de São Paulo
(GEDEC), pela Receita Federal e pela Polícia Civil de São Paulo em 6 endereços
correspondentes às empresas envolvidas na investigação sobre prática de crimes
de lavagem de dinheiro.
As prisões temporárias foram realizadas em relação a
Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso (alcunha: Luciano
Ayan), os quais, segundo a investigação, mantêm estreitas ligações com os
movimentos.
As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre
outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número
significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente
difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas
pessoas.
No curso dos trabalhos conjuntos ficaram evidenciadas:
Movimento Brasil Livre:
• Confusão jurídica empresarial entre as empresas MBL e MRL;
• Recebimento de doações de forma suspeita (cifras ocultas).
Recebimento de doações através da plataforma Google Pagamentos – que desconta 30%
do valor, ao invés de doações diretas na conta do MBL/MRL;
• Constituição e utilização de diversas empresas em
incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais. A família Ferreira
dos Santos, criadora do MBL, adquiriu/criou duas dezenas de empresas – que hoje
se encontram todas inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem
tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes atingem cerca
de R$ 400 milhões.
Alessander Monaco Ferreira:
• Movimentação financeira extraordinária e incompatível;
• Criação/Sociedade em 2 empresas de fachada;
• Ligado aos “Movimentos”, realiza doações altamente
suspeitas através da plataforma Google;
• Viajou mais de 50 vezes para Brasília, entre julho/2016 a
agosto/2018 – todas (conf. Consta) para o Ministério da Educação – com
objetivos não especificados;
• Apesar de tudo, solicitou emprego e foi contratado pelo
governo do Estado de SP para trabalhar na CADA – Comissão de Avaliação de
Documentos e Acesso da Imprensa Oficial do Estado – e justamente um cargo que
tem função de gerenciar tarefas de eliminação de documentos públicos, de
informações relativas ao recolhimento de documentos de guarda permanente,
produzidos pela Administração Pública;
Carlos Augusto de Moraes Afonso (Luciano Ayan):
• Ameaça aqueles que questionam as finanças do MBL;
• Dissemina fake news;
• Criação/Sócio de ao menos 4 empresas de fachada;
• Uso de contas de passagem, indícios de movimentação
financeira incompatível perante o fisco federal.
Foram apreendidas diversas mídias digitais, entre celulares,
computadores, HDs e pen- drives; documentos impressos, dinheiro e foram
encontradas e não apreendidas drogas (maconha) interpretadas para uso pessoal.
Não é possível fornecer mais detalhes e mais informações
nesse momento por estar a investigação ainda em curso.” – Poder 360.
Carlos Magno
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