A repórter Ellen Ferreira alegou ter sido demitida da Rede
Amazônica, afiliada da TV Globo em Roraima, após denunciar assédio. Segundo o
colunista Leo Dias, ela voltou ao trabalho na última quinta-feira, dia 23,
depois de passar cerca de 20 dias afastada por ter contraído a Covid-19, porém,
ao ser recepcionada, recebeu o aviso de sua demissão.
Em entrevista ao colunista, Ellen, que chegou a apresentar o
Jornal Nacional em outubro de 2019, afirmou que a direção da emissora
justificou o desligamento em decorrência de reestruturações . Porém, para ela,
o motivo envolve sua denúncia de assédio contra um diretor de jornalismo.
Segundo ela, o chefe tinha comportamento homofóbico,
racista, gordofóbico e praticava assédio moral e sexual.
- Edison Castro é um psicopata que já havia passado pelas
redações de Goiás, Maranhão e Tocantins. Homofóbico, racista, gordofóbico.
Praticava assédio moral e sexual, deixou toda a equipe doente.
Ellen contou que chegou a desenvolver uma crise de ansiedade
este ano por conta da relação que mantinha com o superior:
- Ele dizia que eu era repugnante, gorda, que me vestia mal.
Me ameaçava de demissão constantemente. A fama dele era de o João de Deus da
redação. Havia gente que desejava bater nele.
A jornalista afirmou que a situação chegou a ficar
insustentável, pois não recebeu qualquer apoio de outros chefes dentro da Rede
Amazônica, o que a levou a mandar um e-mail para Ali Kamel, diretor de
jornalismo da Rede Globo. Ela acredita que isso também ajudou a fazer com que
seu nome ficasse cotado para demissão.
A publicação ainda afirma que, além de Ellen, outros
jornalistas também acusaram o chefe de assédio. Juntos, eles criaram um dossiê
que foi enviado ao Sindicato dos Jornalistas de Roraima (Sinjoper). De acordo com
ela, a pressão causada pelos relatos foi tanta que o jornalista foi demitido da
Rede Amazônica em 29 de junho.
Ainda assim, Ellen acredita que a influência dele foi
mantida e, por isso, ela acabou sendo demitida.
- Meu sonho foi interrompido. Eu estava escalada para
apresentar o Jornal Nacional mais duas vezes esse ano, mas foi adiado por conta
da pandemia. Agora, estou demitida, contou ela, que ficou na emissora de 2011 a
2015 e voltou de 2018 a 2020.
No entanto, Ellen não se arrepende de ter feito a denúncia.
- Eu lutei por uma equipe. Fiz o que foi necessário para
acabar com aquela palhaçada e faria de novo. Acabaram com meu sonho, mas eu
tenho saúde e vou conseguir me recuperar, finalizou.
Procurara pelo ESTRELANDO, a Comunicação da Globo declarou:
As afiliadas da Globo
comungam dos mesmos princípios editoriais mas são empresas independentes. O
diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, ao receber email da jornalista Ellen
Ferreira, entrou imediatamente em contato com o setor de afiliadas para que a queixa
fosse transmitida à Rede Amazônica. A Globo reitera que o respeito é um valor
fundamental do seu Código de Ética. A empresa repudia qualquer tipo de assédio
ou preconceito, que não são tolerados no ambiente de trabalho em nenhuma
hipótese. Os esclarecimentos sobre o que ocorreu depois devem ser dados pela
afiliada – Estrelando.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas