O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta
terça-feira, 18, que “não faz sentido” o presidente Jair Bolsonaro destinar
mais recursos para o Ministério da Defesa do que para o da Educação no orçamento
do próximo ano. O Estadão revelou que a proposta nas mãos do ministro da
Economia, Paulo Guedes, prevê um valor R$ 5,8 bilhões a mais para a pasta dos
militares. O governo tem até o fim do mês para enviá-la ao Congresso.
“O governo ainda não encaminhou a proposta. É claro que os
recursos para Educação serão maiores que os recursos para Defesa. Isso é óbvio.
Não tenho dúvida. Imagina se o presidente da República vai assinar uma proposta
em que os recursos da Defesa sejam maiores que os recursos da Educação. Não faz
nenhum sentido. Nem do ponto de vista político. Para mim, não faz sentido”,
disse Maia.
Caso a proposta que está na Economia seja confirmada, será a
primeira vez em dez anos que o Ministério da Defesa terá um valor superior ao
da pasta da Educação. “Eu não quero ficar discutindo especulação. Eu acredito
que o presidente da República, por óbvio, não vai encaminhar uma proposta onde
você tem mais recursos para Defesa e menos recursos para Educação. É minha
opinião. Vou esperar a proposta do governo para que a gente discuta baseado em
dados, não em especulações que às vezes a gente fica discutindo o que não
existe, o que não vai existir”, afirmou.
Em nota divulgada após a publicação da reportagem, o
Ministério da Defesa afirmou que “não há qualquer indicação” de que seu
orçamento será maior do que o da Educação em 2021. Os dados, porém, constam em
documentos enviados pelo Ministério da Economia ao ministro Fernando Azevedo.
Ofícios obtidos pelo Estadão mostram que a equipe do
ministro Paulo Guedes informa a previsão de R$ 107,9 bilhões para a Defesa no
dia 23 de julho (conforme documento abaixo). Na semana passada, após pedido de
mais verba pelo ministério, a Junta de Execução Orçamentária (JEO) – composta
por Guedes, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e técnicos do governo
– aceitou acrescentar R$ 768,3 milhões. O valor total previsto para o ano que
vem, portanto, é de R$ 108,74 bilhões.
Enquanto isso, a previsão informada ao MEC na mesma data foi
de R$ 101,9 bilhões. Na reunião que liberou mais recursos para a Defesa, a
Junta de Execução Orçamentária também autorizou um acréscimo de R$ 896,5
milhões para a pasta comandada por Milton Ribeiro – elevando a previsão de
orçamento da pasta para R$ 102,9 bilhões.
Os documentos fazem parte da discussão interna do governo
para elaborar o Projeto Orçamentário Anual (PLOA) de 2021, que deve ser enviado
ao Congresso até o dia 31 de agosto – Estadão.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas