O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) defendeu, nesta
quarta-feira (26/8), que estudantes que tenham mais recursos paguem por ensino
em universidades públicas. "É algo que nós temos que pensar hoje
seriamente, sem preconceitos, porque seria um recurso que poderia ser
canalizado para aqueles jovens que precisam de financiamento e pagaram uma
universidade privada. Seria uma compensação muito justa isso aí", disse.
As afirmações foram feitas em aula magna das instituições de
ensino superior mantidas do grupo Ser Educacional. O vice-presidente foi
questionado sobre o que o governo está fazendo para tentar aumentar o
percentual de estudantes nas universidades, em especial pensando que parte não
pode pagar pelo ensino superior.
"Nós temos um paradoxo, que eu gostaria de trazer para
todos, que é uma visão que eu tenho de longa data, que é nós termos dentro da
universidade federal gente que poderia pagar os seus custos recebendo um ensino
de graça e, posteriormente, não devolvendo nada para o país. Simplesmente é
formada e passa única e exclusivamente a lidar com a sua vida privada. Eu digo
isso de cadeira, porque a minha filha, que é advogada, e meu filho, que é
administrador, estudaram em universidade federal, e eu poderia ter pago algo, o
que seria normal", disse.
Conforme Mourão, é preciso buscar espaço fiscal e fontes de
financiamento para aumentar a quantidade de pessoas nas instituições de ensino
superior. "E uma fonte de financiamento seria, não tenho o dado numérico,
mas ouso arriscar que uns 60% dos que frequentam universidade federal têm
condições de pagar. O pagamento que eles fizessem serviria para que mais alunos
ingressarem no setor privado e, consequentemente, nós aumentássemos o nosso
percentual de jovens com curso superior", pontuou.
Mourão frisou que compete ao governo facilitar o acesso ao
ensino superior por meio de financiamentos para o estudante que não tem a
disponibilidade de recurso para tal. "Nós estamos atrasados nisso. Eu
reconheço", disse. O vice-presidente lembrou, ainda, que o estado enfrenta
uma grave crise fiscal, o que dá pouco espaço para soluções que utilizem
recursos públicos.
"A discussão que está sendo travada no interior do
governo, em torno de programas sociais, e aí se inseriria uma linha de crédito
para que nós conseguíssemos trazer parcela da população que não consegue
ingressar no ensino superior, seja pela dificuldade de prosseguir nos estudos
ou falta de recursos financeiros para arcar com os custos de uma
universidade", disse – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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