As contas do governo registraram déficit primário de R$
505,187 bilhões de janeiro a julho deste ano, o pior desempenho da série
histórica, iniciada em 1997, ou seja, em 24 anos. O resultado reúne as contas
do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.
O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas para
combater a pandemia do novo coronavírus e à queda na arrecadação diante do
tombo na atividade econômica e do adiamento no prazo de pagamento de impostos.
A receita líquida teve redução de 14,6%, em termos reais,
nos sete primeiros meses deste ano. No período, houve um adiamento no pagamento
de R$ 81,3 bilhões em tributos, enquanto a diminuição do IOF crédito totalizou
R$ 6,3 bilhões.
Do lado da despesa, houve uma alta de 45% até julho de 2020.
Os gastos com o combate à crise sanitária somaram R$ R$ 273,4 bilhões, de um
total de R$ 505 bilhões aprovados até o final de julho.
Para este ano, a meta fiscal admitia déficit primário (ou
seja, despesas maiores que as receitas) de até R$ 124,1 bilhões. Entretanto, a
aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento
da pandemia autoriza o governo a descumprir essa meta em 2020. Em 2019, o rombo
do governo central ficou em R$ 95,065 bilhões.
Somente em julho, as contas do governo apresentaram um rombo
de R$ 87,835 bilhões, o pior resultado mensal da história para este mês. No
mesmo período de 2019, o déficit fiscal somou R$ 5,934 bilhões. Houve, no
entanto, uma melhora na comparação com o mês de junho – quando o déficit
primário nas contas do governo somou R$ 194,7 bilhões.
O rombo do mês passado foi menor que as expectativas do
mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 94,35 bilhões, de
acordo com levantamento do Projeções Broadcast com 20 instituições financeiras.
Em julho, as receitas tiveram queda real de 20% em relação a
igual mês do ano passado. As despesas subiram 45% na mesma comparação, já
descontada a inflação, devido ao aumento dos gastos para fazer frente à
pandemia do coronavírus.
Em 12 meses, o governo central apresenta déficit de R$ 567,4
bilhões - equivalente a 7,87% do PIB – Estadão.
Carlos Magno
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