O Ministério Público informou nesta quarta-feira (2) que
recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ) para pedir o aumento da pena do condenado
por estuprar e matar a universitária Mariana Bazza em Bariri (SP). O crime
aconteceu em setembro do ano passado, quando a jovem tinha 19 anos.
Veja matéria publicada na época do crime no Portal Carlos Magno,
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Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos, foi condenado no dia 25
de agosto a 40 anos, 10 meses e 18 dias de prisão, inicialmente em regime
fechado, por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. A nova ação do MP foi
feita na segunda-feira (31).
A condenação foi em primeira instância e o advogado de
defesa do réu, Evandro Demétrio, informou que Rodrigo ainda não foi intimado da
decisão do TJ para decidir se entra com recurso.
O Ministério Público e o Tribunal de Justiça informaram que não
podem dar mais detalhes sobre o caso e o recurso pois está em segredo de
Justiça.
Mariana foi estuprada e morta após receber ajuda de Rodrigo
para trocar o pneu do carro. Ele foi condenado 11 meses após o corpo da jovem
ter sido encontrado em um canavial, no dia 25 de setembro de 2019.
Rodrigo foi ouvido pela primeira vez na Justiça em 11 de
agosto deste ano, na segunda audiência do julgamento. O procedimento foi feito
por videoconferência por causa da pandemia do coronavírus. Ele prestou
depoimento na penitenciária de Serra Azul, onde está preso.
Assassinato da jovem
Mariana desapareceu após sair da academia onde frequentava,
em Bariri, no dia 24 de setembro de 2019, e receber ajuda de Rodrigo Pereira
Alves para trocar o pneu do carro. Ela foi encontrada morta um dia depois em
uma área de canavial em Ibitinga (SP).
Rodrigo foi preso em Itápolis (SP) e foi denunciado pelo
Ministério Público por estupro, latrocínio e ocultação de cadáver. A denúncia
foi aceita pela Justiça no dia 10 de outubro.
De acordo com a denúncia do MP, Rodrigo roubou o carro, a
carteira da vítima com documentos pessoais, R$ 110 em dinheiro, o celular dela
e uma caixa de som. Ele também foi acusado de estupro e ocultação de cadáver.
Ainda de acordo com a denúncia, Rodrigo saiu da chácara para
calibrar o pneu com o corpo de Mariana dentro do carro. O laudo necroscópico do
IML de Araraquara apontou que a vítima foi estuprada e morta na chácara onde o
condenado trabalhava como pintor.
Ainda de acordo com o MP, Rodrigo é multirreincidente, pois
já cumpriu pena de 16 anos por roubo, sequestro, extorsão e latrocínio tentado,
e havia saído da cadeia cerca de 30 dias antes do crime contra Mariana.
Ele está preso desde o dia 25 de setembro de 2019.
Inicialmente, Rodrigo foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Bauru,
mas no dia 26 de setembro foi transferido para a Penitenciária de Iaras. No dia
15 de novembro, ele foi novamente transferido, desta vez para a Penitenciária
II de Serra Azul.
Crime premeditado
Uma câmera de segurança da academia que Mariana frequentava
registrou quando Rodrigo se aproximou do carro da vítima e ficou encostado nele
durante alguns minutos.
Nesse momento, segundo a polícia e o MP, Rodrigo murchou o
pneu do carro para, depois, oferecer ajuda.
Cerca de meia hora depois, quando a jovem saiu da academia e
encontrou o pneu vazio, Rodrigo, que estava do outro lado da avenida, começou a
gritar para alertar sobre o problema — apesar dele não ter visão nenhuma do
pneu vazio, o que reforçou a teoria de que ele premeditou o crime.
Segundo o relato da amiga da vítima, Heloísa Passarello,
Rodrigo atravessou a avenida falando sobre o problema e insistindo para que ela
aceitasse ajuda.
Nas imagens, é possível ver que Rodrigo e Mariana conversam,
quando ele então atravessa a avenida e entra em uma chácara, onde ele
trabalhava como pintor.
A amiga de Mariana então deixa o local, e Rodrigo volta e
conversa mais um pouco com Mariana, até que ela entra no carro, faz a volta na
avenida e entra na chácara.
No imóvel, o suspeito troca o pneu do carro de Mariana. A
jovem chega a fazer uma foto dele trocando o pneu e manda para parentes.
Após a ajuda, o carro de Mariana aparece no vídeo deixando a
chácara. A polícia diz que Rodrigo estava na direção do veículo.
Além da foto, Mariana chegou a mandar mensagens ao namorado.
O G1 teve acesso à conversa entre Mariana e Jefferson Vianna.
Nas mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp, é possível
ver que a universitária avisa sobre o pneu furado, os procedimentos que estavam
sendo feitos e que recebia ajuda do suspeito.
Mariana e o namorado mantiveram contato até 8h36 do dia em
que ela sumiu, 24 de setembro de 2019. Uma das últimas mensagens da jovem foi
"terça-feira pesada" – G1.
Carlos Magno
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