O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou “à
disposição do povo brasileiro” para realizar o que ele considera como o mais
essencial: vencer a pandemia e “pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto
de gastos que deixa o Estado brasileiro de joelhos”.
O petista fez pronunciamento transmitido nesta 2ª feira
(7.set.2020), por ocasião do Dia da Independência. Ele acusou o governo
Bolsonaro de “abrir mão da soberania nacional” e de “tratar com desdém” as
vítimas de covid-19 no país. Também afirmou que o governo “converteu o
coronavírus em uma arma de destruição em massa” e que “teria sido possível,
sim, evitar tantas mortes”.
Lula citou o acordo entre Brasil e EUA para uso da base de
Alcântara, no Maranhão, e a compra da parte de aviação aérea da Boeing (que foi
suspensa). O discurso inclui ainda críticas à agenda de privatizações, à
escalada de militares da gestão da saúde e referências à crise da Amazônia e à
morte de George Floyd.
Eis a transcrição do discurso do ex-presidente:
“Minhas amigas e meus
amigos.
Nos últimos meses uma
tristeza infinita vem apertando meu coração. O Brasil está vivendo um dos
piores períodos de sua história.
Com 130 mil mortos e
quatro milhões de pessoas contaminadas, estamos despencando em uma crise
sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista.
Mais de duzentos
milhões de brasileiras e brasileiros acordam, todos os dias, sem saber se seus
parentes, amigos ou eles próprios estarão saudáveis e vivos à noite.
A esmagadora maioria
dos mortos pelo Coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o
Estado abandonou.
Na maior e mais rica
cidade do país, as mortes pelo Covid-19 são 60% mais altas entre pretos e
pardos da periferia, segundo os dados das autoridades sanitárias.
Cada um desses mortos
que o governo federal trata com desdém tinha nome, sobrenome, endereço. Tinha
pai, mãe, irmão, filho, marido, esposa, amigos. Dói saber que dezenas de
milhares de brasileiras e brasileiros não puderam se despedir de seus entes
queridos. Eu sei o que é essa dor.
Teria sido possível,
sim, evitar tantas mortes.
Estamos entregues a um
governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível,
irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial
de Saúde e converteu o Coronavírus em uma arma de destruição em massa.
Os governos que
emergiram do golpe congelaram recursos e sucatearam o Sistema Único de Saúde, o
SUS, respeitado mundialmente como modelo para outras nações em desenvolvimento.
E o colapso só não foi ainda maior graças aos heróis anônimos, as trabalhadoras
e trabalhadores do sistema de saúde.
Os recursos que
poderiam estar sendo usados para salvar vidas foram destinados a pagar juros ao
sistema financeiro.
O Conselho Monetário
Nacional acaba de anunciar que vai sacar mais de 300 bilhões de reais dos
lucros das reservas que nossos governos deixaram.
Seria compreensível se
essa fortuna fosse destinada a socorrer o trabalhador desempregado ou a manter
o auxílio emergencial de 600 reais enquanto durar a pandemia.
Mas isso não passa pela
cabeça dos economistas do governo. Eles já anunciaram que esse dinheiro vai ser
usado para pagar os juros da dívida pública!
Nas mãos dessa gente,
a Saúde pública é maltratada em todos os seus aspectos.
A substituição da
direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou
sanitária é apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autoritária, o
governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a
administração federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os
tempos sombrios da ditadura.
O mais grave de tudo
isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente,
cometer um crime de lesa-pátria.
Um crime politicamente
imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e
seu povo: abrir mão da soberania nacional.
Não foi por acaso que
escolhi para falar com vocês neste 7 de Setembro, dia da Independência do
Brasil, quando celebramos o nascimento do nosso país como nação soberana.
Soberania significa
independência, autonomia, liberdade. O contrário disso é dependência, servidão,
submissão.
Ao longo de minha vida
sempre lutei pela liberdade.
Liberdade de imprensa,
liberdade de opinião, liberdade de manifestação e de organização, liberdade
sindical, liberdade de iniciativa.
É importante lembrar
que não haverá liberdade se o próprio país não for livre.
Renunciar à soberania
é subordinar o bem-estar e a segurança do nosso povo aos interesses de outros
países.
A garantia da
soberania nacional não se resume à importantíssima missão de resguardar nossas
fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo. Supõe também defender
nosso povo, nossas riquezas minerais, cuidar das nossas florestas, nossos rios,
nossa água.
Na Amazônia devemos
estar presentes com cientistas, antropólogos e pesquisadores dedicados a
estudar a fauna e a flora e a empregar esse conhecimento na farmacologia, na
nutrição e em todos os campos da ciência – respeitando a cultura e a
organização social dos povos indígenas.
O governo atual
subordina o Brasil aos Estados Unidos de maneira humilhante, e submete nossos
soldados e nossos diplomatas a situações vexatórias. E ainda ameaça envolver o
país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria
Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares
norte-americanos.
A submissão do Brasil
aos interesses militares de Washington foi escancarada pelo próprio presidente
ao nomear um oficial general das Forças Armadas Brasileiras para servir no
Comando Militar Sul dos Estados Unidos, sob as ordens de um oficial americano.
Em outro atentado à
soberania nacional, o atual governo assinou com os Estados Unidos um acordo que
coloca a Base Aeroespacial de Alcântara sob o controle de funcionários
norte-americanos e que priva o Brasil de acesso à tecnologia, mesmo de
terceiros países.
Quem quiser saber os
verdadeiros objetivos do governo não precisa consultar manuais secretos da Abin
ou do serviço de inteligência do Exército.
A resposta está todos
os dias no Diário Oficial, em cada ato, em cada decisão, em cada iniciativa do
presidente e de seus assessores, banqueiros e especuladores que ele chamou para
dirigir nossa economia.
Instituições
centenárias, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, que
se confundem com a história do desenvolvimento do país, estão sendo esquartejadas
e fatiadas – ou simplesmente vendidas a preço vil.
Bancos públicos não
foram criados para enriquecer famílias. Eles são instrumentos do progresso.
Financiam a casa do pobre, a agricultura familiar, as obras de saneamento, a
infraestrutura essencial ao desenvolvimento.
Se olharmos para o
setor energético, veremos uma política de terra arrasada igualmente predadora.
Depois de colocar à
venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo desmantela a
Petrobrás. Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As
refinarias estão sendo esquartejadas. Quando só restarem os cacos, chegarão as
grandes multinacionais para arrematar o que tiver sobrado de uma empresa
estratégica para a soberania do Brasil.
Meia dúzia de
multinacionais ameaçam a renda de centenas de bilhões de reais do petróleo do
Pré-Sal – recursos que constituiriam um fundo soberano para financiar uma
revolução educacional e científica.
A Embraer, um dos
maiores trunfos do nosso desenvolvimento tecnológico, só escapou da sanha
entreguista em função das dificuldades da empresa que iria adquiri-la, a
Boeing, profundamente ligada ao complexo industrial militar dos Estados Unidos.
O desmanche não
termina aí.
O furor privatista do
governo pretende vender, na bacia das almas, a maior empresa de geração de
energia da América Latina, a Eletrobrás, uma gigante com 164 usinas – duas
delas termonucleares – responsável por quase 40% da energia consumida no
Brasil.
A demolição das
universidades, da educação e o desmonte das instituições de apoio à ciência e à
tecnologia, promovidos pelo governo, são ameaça real e concreta à nossa
soberania.
Um país que não produz
conhecimento, que persegue seus professores e pesquisadores, que corta bolsas
de pesquisas e nega o ensino superior à maioria de sua população está condenado
à pobreza e à eterna submissão.
A obsessão destrutiva
desse governo deixou a cultura nacional entregue a uma sucessão de
aventureiros. Artistas e intelectuais clamam pela salvação da Casa de Ruy
Barbosa, da Funarte, da Ancine. A Cinemateca Brasileira, onde está depositado
um século da memória do cinema nacional, corre o sério risco de ter o mesmo
destino trágico do Museu Nacional
Minhas amigas e meus
amigos.
No isolamento da
quarentena tenho refletido muito sobre o Brasil e sobre mim mesmo, sobre meus
erros e acertos e sobre o papel que ainda pode me caber na luta do nosso povo
por melhores condições de vida.
Decidi me concentrar,
ao lado de vocês, na reconstrução do Brasil como Nação independente, com
instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários. Um
verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania
popular. Uma Nação voltada para a igualdade e o pluralismo. Uma Nação inserida
numa nova ordem internacional baseada no multilateralismo, na cooperação e na
democracia, integrada na América do Sul e solidária com outras nações em
desenvolvimento.
O Brasil que quero
reconstruir com vocês é uma Nação comprometida com a libertação do nosso povo,
dos trabalhadores e dos excluídos.
Dentro de 1 mês vou
fazer 75 anos.
Olhando para trás, só
posso agradecer a Deus, que foi muito generoso comigo. Tenho que agradecer à
minha mãe, dona Lindu, por ter feito de um pau-de-arara sem diploma um
trabalhador orgulhoso, que um dia viraria presidente da República. Por ter
feito de mim um homem sem rancor, sem ódios.
Eu sou o menino que
desmentiu a lógica, que saiu do porão social e chegou ao andar de cima sem
pedir permissão a ninguém, só ao povo.
Não entrei pela porta
dos fundos, entrei pela rampa principal. E isso os poderosos jamais perdoaram.
Reservaram para mim o
papel de figurante, mas virei protagonista pelas mãos dos trabalhadores
brasileiros.
Assumi o governo
disposto a mostrar que o povo cabia, sim, no orçamento. Mais do que isso,
provei que o povo é um extraordinário patrimônio, uma enorme riqueza. Com o
povo o Brasil progride, se enriquece, se fortalece, se torna um país soberano e
justo.
Um país em que a
riqueza produzida por todos seja distribuída para todos – mas em primeiro lugar
para os explorados, os oprimidos, os excluídos.
Todos os avanços que
fizemos sofreram encarniçada oposição das forças conservadoras, aliadas a
interesses de outras potências.
Eles nunca se conformaram
em ver o Brasil como um país independente e solidário com seus vizinhos
latino-americanos e caribenhos, com os países africanos, com as nações em
desenvolvimento.
É aí, nessas
conquistas dos trabalhadores, nesse progresso dos pobres, no fim da subserviência,
é aí que está a raiz do golpe de 2016.
Aí está a raiz dos
processos armados contra mim, da minha prisão ilegal e da proibição da minha
candidatura em 2018. Processos que – agora todo mundo sabe – contaram com a
criminosa colaboração secreta de organismos de inteligência norte-americanos.
Ao tirar 40 milhões de
brasileiros da miséria, nós fizemos uma revolução neste país. Uma revolução
pacífica, sem tiros nem prisões.
Ao ver que esse
processo de ascensão social dos pobres iria continuar, que a afirmação de nossa
soberania não iria ter volta, os que se julgam donos do Brasil, aqui dentro e
lá fora, resolveram dar um basta.
Nasce aí o apoio dado
pelas elites conservadoras a Bolsonaro.
Aceitaram como natural
sua fuga dos debates. Derramaram rios de dinheiro na indústria das fake news.
Fecharam os olhos para seu passado aterrador. Fingiram ignorar seu discurso em
defesa da tortura e a apologia pública que ele fez do estupro.
As eleições de 2018
jogaram o Brasil em um pesadelo que parece não ter fim.
Com ascensão de
Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram
das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas.
Como nos filmes de
terror, as oligarquias brasileiras pariram 1 monstrengo que agora não conseguem
controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem
sendo atendidos.
Um dado escandaloso
ilustra essa conivência: nos 4 primeiros meses da pandemia, 40 bilionários
brasileiros aumentaram suas fortunas em 170 bilhões de reais.
Enquanto isso, a massa
salarial dos empregados caiu 15% em um ano, o maior tombo já registrado pelo
IBGE. Para impedir que os trabalhadores possam se defender dessa pilhagem, o governo
asfixia os sindicatos, enfraquece as centrais sindicais e ameaça fechar as
portas da Justiça do Trabalho. Querem quebrar a coluna vertebral do movimento
sindical, o que nem a ditadura conseguiu.
Violentaram a
Constituição de 1988. Repudiaram as práticas democráticas. Implantaram um
autoritarismo obscurantista, que destruiu as conquistas sociais alcançadas em
décadas de lutas. Abandonaram uma política externa altiva e ativa, em favor de
uma submissão vergonhosa e humilhante.
Este é o verdadeiro e
ameaçador retrato do Brasil de hoje.
Tamanha calamidade
terá que ser enfrentada com um novo contrato social que defenda os direitos e a
renda do povo trabalhador.
Minhas queridas e meus
queridos.
Minha longa vida, aí
incluídos os quase dois anos que passei em uma prisão injusta e ilegal, me
ensinou muito.
Mas tudo o que fui,
tudo o que aprendi cabe num grão de milho se essa experiência não for colocada
a serviço dos trabalhadores.
É inaceitável que 10%
da população vivam à custa da miséria de 90% do povo.
Jamais haverá
crescimento e paz social em nosso país enquanto a riqueza produzida por todos
for parar nas contas bancárias de meia dúzia de privilegiados.
Jamais haverá
crescimento e paz social se as políticas públicas e as instituições não
tratarem com equidade a todos brasileiros.
É inaceitável que os
trabalhadores brasileiros continuem sofrendo os impactos perversos da
desigualdade social. Não podemos admitir que nossa juventude negra tenha suas
vidas marcadas por uma violência que beira genocídio.
Desde que vi, naquele
terrível vídeo, os 8 minutos e 43 segundos de agonia de George Floyd, não paro
de me perguntar: quantos George Floyd nós tivemos no Brasil? Quantos
brasileiros perderam a vida por não serem brancos? Vidas negras importam, sim.
Mas isso vale para o mundo, para os Estados Unidos e vale para o Brasil.
É intolerável que
nações indígenas tenham suas terras invadidas e saqueadas e suas culturas
destruídas. O Brasil que queremos é o do marechal Rondon e dos irmãos
Villas-Boas, não o dos grileiros e dos devastadores de florestas.
Temos um governo que
quer matar as mais belas virtudes do nosso povo, como a generosidade, o amor à
paz e a tolerância.
O povo não quer comprar
revólveres nem cartuchos de carabina. O povo quer comprar comida.
Temos que combater com
firmeza a violência impune contra as mulheres. Não podemos aceitar que um ser
humano seja estigmatizado por seu gênero. Repudiamos o escárnio público com os
quilombolas. Condenamos o preconceito que trata como seres inferiores pobres
que vivem nas periferias das grandes cidades.
Até quando
conviveremos com tanta discriminação, tanta intolerância, tanto ódio?
Meus amigos e minhas
amigas,
Para reconstruirmos o
Brasil pós pandemia, precisamos de 1 novo contrato social entre todos os
brasileiros.
Um contrato social que
garanta a todos o direito de viver em paz e harmonia. Em que todos tenhamos as
mesmas possiblidades de crescer, onde nossa economia esteja a serviço de todos
e não de uma pequena minoria. E no qual sejam respeitados nossos tesouros
naturais, como o Cerrado, o Pantanal, a Amazônia Azul e a Mata Atlântica.
O alicerce desse
contrato social tem que ser o símbolo e a base do regime democrático: o voto. É
através do exercício do voto, livre de manipulações e fake news, que devem ser
formados os governos e ser feitas as grandes escolhas e as opções fundamentais
da sociedade.
Através dessa
reconstrução, lastreada no voto, teremos um Brasil um democrático, soberano,
respeitador dos direitos humanos e das diferenças de opinião, protetor do meio
ambiente e das minorias e defensor de sua própria soberania.
Um Brasil de todos e
para todos.
Se estivermos unidos
em torno disso poderemos superar esse momento dramático.
O essencial hoje é
vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo. É pôr fim a esse
desgoverno e acabar com o teto de gastos que deixa o Estado brasileiro de
joelhos diante do capital financeiro nacional e internacional.
Nessa empreitada
árdua, mas essencial, eu me coloco à disposição do povo brasileiro,
especialmente dos trabalhadores e dos excluídos.
Minhas amigas e meus
amigos.
Queremos um Brasil em
que haja trabalho para todos.
Estamos falando de
construir um Estado de bem-estar social que promova a igualdade de direitos, em
que a riqueza produzida pelo trabalho coletivo seja devolvida à população
segundo as necessidades de cada um.
Um Estado justo,
igualitário e independente, que dê oportunidades para os trabalhadores, os mais
pobres e os excluídos.
Esse Brasil dos nossos
sonhos pode estar mais próximo do que aparenta.
Até os profetas de
Wall Street e da City de Londres já decretaram que o capitalismo, tal como o mundo
o conhece, está com os dias contados. Levaram séculos para descobrir uma
verdade inquestionável que os pobres conhecem desde que nasceram: o que
sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores.
É nessas horas que me
vem à cabeça esta frase que li num livro de Victor Hugo, escrito há um século e
meio, e que todo trabalhador deveria levar no bolso, escrita em um pedacinho de
papel, para jamais esquecer:
“É do inferno dos
pobres que é feito o paraíso dos ricos…”
Nenhuma solução, porém,
terá sentido sem o povo trabalhador como protagonista. Assim como a maioria dos
brasileiros, não acredito e não aceito os chamados pactos “pelo alto”, com as
elites. Quem vive do próprio trabalho não quer pagar a conta dos acertos
políticos feitos no andar de cima.
Por isso quero
reafirmar algumas certezas pessoais:
Não apoio, não aceito
e não subscrevo qualquer solução que não tenha a participação efetiva dos
trabalhadores.
Não contem comigo para
qualquer acordo em que o povo seja mero coadjuvante.
Mais do que nunca,
estou convencido de que a luta pela igualdade social passa, sim, por um
processo que obrigue os ricos a pagar impostos proporcionais às suas rendas e
suas fortunas.
E esse Brasil, minhas
amigas e meus amigos, está ao alcance das nossas mãos.
Posso afirmar isso
olhando nos olhos de cada um e de cada uma de vocês. Nós provamos ao mundo que
o sonho de um país justo e soberano pode sim, se tornar realidade.
Eu sei – vocês sabem –
que podemos, de novo, fazer do Brasil o país dos nossos sonhos.
E dizer, do fundo do
meu coração: estou aqui. Vamos juntos reconstruir o Brasil.
Ainda temos um longo
caminho a percorrer juntos.
Fiquem firmes, porque
juntos nós somos fortes.
Viveremos e
venceremos.”
Carlos Magno
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