Madri se tornou a primeira capital europeia a reinstaurar um
lockdown – confinamento rígido – às 22h (horário local; 17h no horário de
Brasília) desta sexta-feira (2), informou a agência de notícias Reuters. O novo
bloqueio durará ao menos 14 dias, e pode ser estendido se necessário.
Os cerca de 4,8 milhões de habitantes da capital da Espanha
e de nove cidades-satélites serão impedidos de sair da região, exceto para
deslocamentos essenciais, por causa do ressurgimento da Covid-19, a doença
causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A prefeitura madrilena, conservadora, obedeceu com
relutância à ordem do governo federal, socialista, de proibir deslocamentos – a
não ser para estudo, trabalho, cuidados de saúde e compras. A decisão amplia um
confinamento já em vigor em áreas mais pobres da cidade, com taxas altas de
infecção.
Restaurantes e bares fecharão mais cedo – às 23h, em vez de
1h, conforme previsto na regra anterior – e reduzirão a capacidade pela metade
– assim como academias de ginástica e lojas. Madri se tornou, mais uma vez, o
pior foco de infecções da Europa.
As restrições não são tão rígidas quanto às do lockdown
anterior, de março – quando as pessoas foram proibidas de sair de casa.
Reuniões de mais de seis pessoas permanecem proibidas em ambientes fechados e
ao ar livre, mas, desta vez, os parques e playgrounds podem permanecer abertos.
Mesmo assim, os moradores estão exasperados com o embate
político entre os governos central e regional, diz a Reuters, além de
apreensivos sobre a eficácia das medidas.
"Passamos oito meses com máscaras e sem clubes noturnos
e festas, e anda existe contágio. Então, que tipo de impacto estas restrições
terão?", questionou Sonny van den Holstein, dono de um restaurante na
capital espanhola.
Embates
A chefe regional de Madri, Isabel Díaz Ayuso, é contra as
restrições e entrou com um recurso. Ela se preocupa com o dano econômico e
acusa o governo central de ultrapassar suas prerrogativas ao ordenar as
medidas: a região argumenta que as restrições não combatem adequadamente a
pandemia – e que custariam 750 milhões de euros (cerca de R$ 5 bilhões) por
semana para a economia local.
Em uma rede social, Díaz Ayuso disse, na manhã desta sexta
(2), que "a partir de amanhã, será possível ir de Berlim a Madri, mas não
a Parla. Obrigada pelo caos, Pedro Sánchez [premiê espanhol]". Parla é uma
cidade periférica ao sul da capital.
O premiê, em uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, na
Bélgica, disse que o único objetivo era salvar vidas e proteger a saúde.
“Todas as decisões são tomadas com base em critérios de cientistas”,
declarou Sánchez.
A Espanha tem quase 32 mil mortes pela Covid-19, segundo
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com 850 casos para cada 100 mil
pessoas, a área de Madri tem o pior índice de casos da doença na Europa – G1.
Carlos Magno
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