Para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da
Economia, o resultado do (Produto Interno Bruto) no 3º trimestre mostra que a
atividade continuará crescendo no final do ano. O órgão afirma ainda que a
economia continuará avançando no 1º semestre de 2021 “sem a necessidade de
auxílios governamentais”.
“É importante frisar que a retomada da atividade e do
emprego, que ocorreu nos últimos meses, compensará a redução dos auxílios.
Outro fator positivo será a melhora das condições financeiras que continuarão
impulsionando a atividade, principalmente com a retomada da agenda de
reformas”, afirma, em nota.
O texto não menciona diretamente o auxílio emergencial pago
pelo governo aos mais vulneráveis durante a pandemia –assim como o fez o
presidente Jair Bolsonaro no início desta semana ao dizer que prorrogar o
pagamento de benefícios é “o caminho para insucesso“.
O governo é pressionado para estender pelos primeiros meses
de 2021 o auxílio emergencial. O custo fiscal é alto. Serão desembolsados R$
321,8 bilhões até o final de 2020 com o programa.
Com o fim do benefício, cedido a 67 milhões de pessoas, o
governo teme aumento da pobreza. O Ministério da Economia estuda a criação do
Renda Cidadã (ou Renda Brasil) para substituí-lo em 2021. A ideia é que o
programa seja 1 Bolsa Família anabolizado, com mais recursos e mais famílias
atendidas.
A fonte de financiamento ainda não foi definida. Para
cumprir a regra do teto de gastos, que impede aumento de despesas acima da
inflação, será necessário cortar de algum local do Orçamento. No ano que vem
não haverá o chamado Orçamento de guerra, que permitiu gastos maiores em 2020.
A criação do programa terá que ser aprovada no Congresso.
O PIB , soma dos bens e serviços produzidos no país, subiu 7,7%
no 3º trimestre, na comparação com os 3 meses imediatamente anteriores.
Significa que o Brasil saiu da chamada “recessão técnica“. Os dados foram
divulgados nesta 5ª feira (3.dez.2020) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Foi a maior alta desde o início da série histórica, iniciada
em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas decorrentes da
pandemia. Com o resultado, a economia do país se encontra no mesmo patamar de
2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo
período de 2019.
Os números para o 3º trimestre vieram abaixo da mediana das
estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Poder360, que
esperavam alta de 8,8%. Para o ano, os operadores e o governo federal estimam
retração de 4,5% - Poder 360.
Carlos Magno
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