Os hospitais municipais da cidade do Rio estão lotados e não
há mais vagas de UTI para Covid- 19. Todos os 288 leitos para casos graves que
a prefeitura tem estão ocupados, de acordo com o último balanço. As poucas
vagas que existem na rede pública da cidade estão em unidades do estado ou
federais.
Enquanto isso, a fila de espera aumenta. Ao todo, 472
pessoas com Covid ou com suspeita da doença esperam um leito — 252 delas
precisam de UTI.
Na noite de segunda-feira (7), 707 pacientes estavam
internados com a doença em hospitais municipais.
Segundo a prefeitura, este é um cenário dinâmico e, a
qualquer momento, um leito pode ser liberado. A prefeitura informou ainda que
nos próximos 15 dias serão abertos 170 leitos de enfermaria no Hospital de
Campanha e outros 50 leitos de UTI serão inaugurados.
Levando em consideração toda a rede SUS da capital, que
inclui leitos municipais, estaduais e federais, a taxa de ocupação de leitos de
UTI é de 92% e nos leitos de enfermaria, de 87%.
Na segunda, o estado do Rio chegou a 23.151 óbitos e 371.376
casos de Covid-19. Só na capital, são 144.641 casos e 13.594 mortes.
Morte após 12 dias à
espera de leito
Também na segunda, o Bom Dia Rio mostrou o caso de Dilma
Miranda. A paciente de 61 anos estava internada Hospital Federal do Andaraí, na
Zona Norte, com um quadro grave de Covid e aguardava uma vaga de UTI.
Sem a vaga, a filha da paciente, Walquíria Miranda procurou
a Defensoria Pública e entrou com uma ação na Justiça para garantir um leito de
UTI para a mãe.
Na madrugada desta terça-feira, Dilma conseguiu a vaga, mas
ela morreu logo depois de ser transferida para o Hospital Municipal Ronaldo
Gazzola, em Acari, também na Zona Norte.
A filha disse que o hospital não informou sobre a
transferência. Walquíria contou que foi até a unidade do Andaraí por volta da
meia-noite e que a mãe já estava na ambulância.
Segundo ela, Dilma sofreu uma parada cardíaca ainda dentro
da ambulância, que estava estacionada no Andaraí.
A equipe médica seguiu com a transferência e ela chegou ao
Ronaldo Gazolla por volta de 1 hora e foi direto para a emergência. Lá, teria
sofrido uma segunda parada cardíaca.
"Em nenhum momento o hospital me ligou para falar da
transferência dela. Fiquei sabendo pelo Jornal Nacional. Dentro da ambulância
foi quando ela teve a primeira parada cardíaca, dentro do Hospital do Andaraí.
Chegamos no Ronaldo Gazolla e não levaram ela direto para o CTI. Nisso, eles
ficaram 50 minutos com ela dentro da sala. Ela veio a falecer 1h53 da manhã.
Eles falaram que ela teve duas paradas cardíacas, uma no Hospital do Andaraí,
lá dentro, e outra no Hospital Ronaldo Gazolla", contou em vídeo a filha.
"A demora do leito do CTI, a demora de respostas, e no
hospital não conseguir falar com o médico, isso foi inadmissível",
completou a filha.
O atestado de óbito de Dilma informa que a causa da morte
foi pneumonia por Covid-19 – G1.
Carlos Magno
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