O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) montou
uma verdadeira operação de campanha para garantir a vitória de Artur Lira
(PP-AL) na eleição para a presidência da Câmara.
Desde o fim de dezembro, auxiliares presidenciais vêm
levantando o mapa de cargos de primeiro e segundo escalão de deputados
federais, para usar os postos como moeda de troca na disputa da Casa.
Nesta semana, o movimento foi intensificado. Desde de
terça-feira (12) está autorizada pelos articuladores políticos do governo a
publicação no Diário Oficial da União de trocas em postos importantes de
segundo e terceiro escalão, principalmente de ministérios como Saúde,
Desenvolvimento Regional e também da Secretaria do Patrimônio da União.
A prática vai na contramão do discurso de campanha de
Bolsonaro em 2018, que condenava o chamado "toma lá, da cá", isto é,
cargos em troca de votos.
A estratégia visa desidratar a campanha do deputado federal
Baleia Rossi, adversário de Lira. No entanto, interlocutores do presidente
afirmam que os espaços hoje ocupados por parlamentares que vão votar em Baleia
Rossi não serão completamente retirados - mas, sim, reduzidos.
Motivo: o governo teme que, se eleito, o deputado do MDB
possa retaliar o governo. Além disso, não vê Baleia Rossi como inimigo, por se
tratar de um deputado do MDB, partido com o qual Bolsonaro tem boa relação por
meio do ex-presidente Michel Temer.
A disputa na Câmara representa, nos bastidores, uma queda de
braço entre Rodrigo Maia (DEM) e o presidente da República. Bolsonaro quer
derrotar Maia na Câmara, enquanto no Senado apoia o candidato do presidente do
Senado, David Alcolumbre (DEM).
Senado
Na terça, o presidente foi comunicado pelos líderes do MDB
no Senado da decisão de oficializar Simone Tebet como candidata. Bolsonaro
ouviu e disse que a bancada - que é a maior do Senado - tem direito a disputar
o comando da Casa, mas que apoiaria Rodrigo Pacheco, do DEM.
Nos bastidores, senadores do MDB disseram ao blog que a
candidatura de Tebet representa uma espécie de “troco” no Planalto que, na
disputa contra Pacheco, preferia um nome opositor mais alinhado ao governo,
como um dos líderes do governo ou do Congresso.
Tebet, por sua vez, não tem ligação direta com o Planalto,
apesar de não ser oposição. Mas ficou conhecida por opiniões independentes no
combate à corrupção, bandeira abandonada pelo governo Bolsonaro, e também
contra ideias do governo, como emplacar Eduardo Bolsonaro na embaixada dos EUA.
Se fosse indicado, o deputado federal teria de ser sabatinado pelo Senado. À
época, Tebet disse publicamente que votaria contra – G1 / Andréia Sadi.
Carlos Magno
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