A decisão do presidente Jair Bolsonaro de zerar a cobrança
de PIS, Cofins e Cide sobre o preço do óleo diesel foi bem recebida pelos
caminhoneiros. Eles entendem, no entanto, que se trata de uma medida paliativa
enquanto não se encontra uma solução definitiva. Em live feita na quinta-feira,
18, o presidente afirmou que a partir de 1º de março não haverá cobrança de
nenhum imposto federal sobre o diesel por dois meses.
Para Aldacir Cadore, uma das lideranças do Comando Nacional
dos Transportes (CNT), a forma de reajuste da Petrobrás é muito prejudicial aos
caminhoneiros. “Imagina um motorista que sai do Rio Grande do Sul para o
Nordeste, numa viagem que pode durar 25 dias. Ele sai de casa com o litro do
combustível num preço e volta com outro bem diferente”, diz ele, explicando
sobre a imprevisibilidade no orçamento.
Segundo ele, até 2018 os autônomos representavam cerca de 6%
do consumo de diesel. Hoje esse porcentual está em torno de 4%. Na avaliação de
Cadore, desde a greve que paralisou o País, em 2018, empresas de diferentes
setores adotaram medidas para aumentar suas frotas, reduzindo o trabalho dos
caminhoneiros autônomos.
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de
Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, é mais pessimista em
relação à decisão do presidente de zerar, momentaneamente, a cobrança de
impostos federais para resolver os problemas do setor. “Se em dois anos o
governo não conseguiu encontrar uma solução para reduzir o massacre que o setor
está sofrendo, em dois meses será muito difícil.”
Segundo ele, há uma serie de reivindicações feitas pelos
caminhoneiros nos últimos anos ainda pendentes de solução em Brasília, como as
ações de inconstitucionalidade da tabela do frente, que está no Supremo
Tribunal Federal (STF) – Estadão.
Carlos Magno
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