O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para
investigar se houve fura-fila na vacinação contra Covid-19 de servidores das Forças
Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em Brasília. A suspeita
é que eles tenham passado na frente de outros públicos na campanha de
imunização.
A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada
pela TV Globo. Procuradores se reuniram com integrantes do Ministério da Saúde
e questionaram o motivo de militares, incluindo os que não estão na linha de
frente do combate à pandemia, serem considerados "grupos
prioritários".
Foto: Reprodução/Pixabay
O inquérito, segundo o MPF, foi instaurado em 30 de junho.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que vai responder aos questionamentos do
órgão.
Já a Associação dos Servidores da Abin (Asbin) defendeu a
imunização dos profissionais e disse que eles se expõem aos riscos da Covid-19.
Procurado, o Ministério da Defesa ainda não havia se manifestado até a última
atualização desta reportagem.
A base da investigação do MPF é a notícia de que servidores
da Abin e militares que fazem serviços administrativos e não se enquadram nos
critérios estabelecidos pelo Governo do DF para vacinação foram imunizados.
O Executivo local admitiu que, entre abril e maio, 130
servidores da Abin foram vacinados. A imunização ocorreu na Praça dos Cristais,
em frente ao quartel-general do Exército Brasileiro. Nesse ponto, a campanha é realizada
em parceria com o Comando Militar do Planalto.
Segundo a Secretaria de Saúde, a lista dos vacinados da Abin
foi enviada diretamente ao Exército, com a justificativa de "sigilo das
atividades e nomes dos servidores". A pasta não informou quantos militares
das Forças Armadas foram imunizados.
Critérios
A apuração do jornal O Globo revelou que o Ministério da
Saúde respondeu ao MPF que "as Forças são consideradas como serviço
essencial para 'manutenção da ordem'". Entretanto, na capital federal, a
imunização das forças de segurança, que começou em abril, obedece a regras
específicas.
Servidores que têm direito à vacinação precisam atuar:
- No atendimento ou transporte de pacientes;
- Em resgates e atendimento pré-hospitalar;
- Nas ações de vacinação contra a Covid-19;
- No trabalho de vigilância das medidas de distanciamento
social, com contato direto e constante com o público.
A norma diz ainda que "os demais trabalhadores das
forças de segurança pública e Forças Armadas, que não se enquadram nas
atividades descritas, serão vacinados de acordo com o andamento da Campanha
Nacional de Vacinação contra a Covid-19".
Imunização no DF
A campanha de vacinação no Distrito Federal começou em 19 de
janeiro, pelos profissionais da saúde. No momento, o serviço atende pessoas
acima dos 41 anos, sem comorbidades, profissionais das forças de segurança,
indígenas e outros grupos (veja quem tem direito).
Neste domingo (11), o Distrito Federal chegou a 1.108.451
imunizados com a primeira dose ou dose única. Entre os imunizados que tomaram
as vacinas da Pfizer, AstraZeneca ou CoronaVac, 362.550 receberam a segunda
dose e completaram a vacinação. Já os que receberam o farmacêutico da Janssen
desde o início da campanha somam 32.433 – G1.
Carlos Magno
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