O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (27) que
foi “obrigado” a vetar projeto que ampliava o tratamento domiciliar e de uso
oral contra o câncer para quem tem planos de saúde. O projeto foi aprovado no
início deste mês, mas enfrentava sérias resistência por parte das operadoras de
planos de saúde.
O veto foi amplamente criticado por entidades que defendiam
a medida. Segundo matéria do Estadão, existem hoje 59 quimioterapias orais
cobertas pelos planos de saúde. O projeto abriria espaço para a oferta de pelo
menos outros 23 remédios de quimioterapia oral a pacientes de convênios médicos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Pela proposta, as operadoras deveriam oferecer todos os
tratamentos desse tipo que já tivessem aprovação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Pelo modelo atual – que continuará vigente –, é necessária
também a inclusão no rol de medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) para que o plano de saúde seja obrigado a ofertar o
medicamento ao paciente. Se estiver fora dessa lista, não há essa exigência da
operadora – muitos clientes acionam a Justiça. Na última análise para ampliação
da lista de tratamentos cobertos, 12 remédios foram rejeitados.
Entidades como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica –
SBOC repudiaram o veto, afirmando que a justificativa do presidente, de que
geraria gasto para o governo não especificados na matéria, não se justifica,
uma vez que o projeto trata da questão dos planos de saúde, o que não gera absolutamente
qualquer gasto para a união.
A presidente da entidade, Clarissa Mathias, disse ao Estadão
que, com o veto ao projeto, o presidente “desconsidera que, ao menos desde a
aprovação da Lei dos Planos de Saúde, em 1999, os medicamentos quimioterápicos
de aplicação endovenosa são oferecidos pelos planos de saúde automaticamente
após a aprovação da Anvisa”.
Esse era o modelo da lei aprovada pelo Legislativo. “E isso
nunca afetou a oferta dos medicamentos nem o preço dos planos privados de saúde
foi modificado, como aponta o presidente”, destaca Clarissa.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas