O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto para elevar, até
o fim de 2021, a alíquota do IOF –Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários. O dinheiro arrecadado
será usado para custear o Auxílio Brasil, programa proposto pelo governo para
substituir o Bolsa Família.
A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Ao
definir a mudança por decreto, Bolsonaro evita que o tema seja analisado pelo
Congresso Nacional.
Foto: Carolina Antunes/PR
Segundo o governo, a alta do IOF valerá para operações de
crédito de pessoas físicas e de empresas. A mudança valerá entre a próxima
segunda (20) e o dia 31 de dezembro.
De acordo com informações do Ministério da Economia, as
novas alíquotas serão as seguintes:
- Pessoas Físicas: a alíquota passa de 1,5% para 2,04%
- Pessoas Jurídicas: a alíquota passa de 3,0% para 4,08%
O IOF é apurado diariamente. Pelas regras em vigor
atualmente, a cobrança máxima do tributo é de 3% ao ano para pessoa jurídica e
de 6% para pessoa física. Os novos percentuais não foram divulgados.
De acordo com o governo, a alta do IOF permitirá uma arrecadação
extra de R$ 2,14 bilhões para custear o novo Bolsa Família. Bolsonaro já enviou
uma medida provisória sobre o novo programa ao Congresso, mas ainda não
divulgou qual será o valor das parcelas pagas aos beneficiários.
A implementação do Auxílio Brasil em 2021, no entanto, deve
custar mais que os R$ 2,14 bilhões a serem arrecadados com o IOF. Em agosto, o
secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno
Funchal, projetou custo adicional de R$ 26 bilhões a R$ 28 bilhões para o
programa em 2022 – entre R$ 2,17 e R$ 2,33 bilhões mensais.
"A medida irá beneficiar diretamente cerca de 17
milhões de famílias e é destinada a mitigar parte dos efeitos econômicos
danosos causados pela pandemia", diz o material divulgado pela Secretaria-Geral
da Presidência da República.
IOF zerado em 2020
Entre abril e dezembro de 2020, motivado pelo impacto
inicial da pandemia de Covid na economia brasileira, o governo zerou a alíquota
do IOF até o fim do ano.
Desde 1º de janeiro deste ano, no entanto, a cobrança foi
retomada – o que encarece a tomada de empréstimos – G1.
Carlos Magno
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