A área de pesquisa sofreu um duro golpe nesta sexta-feira
(8/10). O Ministério da Ciência e Tecnologia teve 87% da sua verba cortada,
pegando de surpresa os milhares de pesquisadores que contavam com os recursos
para continuar estudos nas mais diversas áreas. A decisão do Ministério da
Economia fez com que o orçamento da pasta científica caísse de R$ 690 milhões
para apenas R$ 89 milhões.
Apesar da decisão, a pasta da Economia afirma que a proposta
de orçamento para 2022 aumentará os recursos para projetos de pesquisa. No
entanto, entidades ligadas à pesquisa e à ciência — entre elas a Academia
Brasileira de Ciência, a Andifes e a Confap — encaminharam ao presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), uma nota de protesto em conjunto contra a
decisão da pasta comandada por Paulo Guedes.
Foto: Marcos Corrêa/PR
“A modificação do PLN 16, feita na última hora, no dia de
hoje, pela Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional, atendendo a
ofício enviado ontem pelo Ministro da Economia, subtrai os recursos destinados
a bolsas e apoio à pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e
impossibilita projetos já agendados pelo CNPq. É um golpe duro na ciência e na
inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional. E que caminha na direção
contrária da Lei 177/2021, aprovada por ampla maioria pelo Congresso Nacional”.
Pedido
Ontem, o ministro Marcos Pontes marcou presença na
tradicional live de quinta-feira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O
chefe da pasta de Ciência e Tecnologia afirmou durante a transmissão que a área
é essencial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país, e que
são exatamente essas as áreas que diferenciam aqueles que estão em estágio mais
avançado.
O astronauta disse então que algumas áreas precisavam de um
maior investimento e chegou a fazer um pedido ao presidente, em tom bem humorado,
para que fossem liberados mais recursos. “Gostaria de contar com a sua ajuda,
presidente”. Bolsonaro riu e disse que Pontes estava “aprendendo a virar
político”.
Um dia após a brincadeira, o Ministério de Ciência e
Tecnologia recebeu o oposto do pedido de Marcos Pontes – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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